postado em 14/08/2012 13:06
Além dos professores das universidades federais estarem em greve há cerca de 3 meses e dos técnico-administrativos terem parado de trabalhar há mais de 2 meses, outro segmento ligado a educação superior brasileira resolveu suspender suas atividades. Os funcionários da maior financiadora de bolsas de pesquisa do Brasil, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), pararam de trabalhar na última segunda-feira (13/8). A Capes é ligada ao Ministério da Educação (MEC) e fomenta pesquisas e financia bolsas de graduação e pós-graduação, especialmente, mestrado e doutorado.No , servidores divulgaram, na última segunda-feira, um comunicado explicando os motivos da paralisação, que se formou após uma assembleia geral. A associação avalia também as consequências da suspensão dos trabalhos para a sociedade e critica a postura do governo nas negociações: ;a AsCapes entende que qualquer greve pode trazer prejuízos para a sociedade, mas sabe mais ainda que foi a postura intransigente do governo, ao frustrar qualquer possibilidade negociação que forçou a Carreira de Ciência e Tecnologia a se mobilizar.; O comando de greve vai avaliar a situação da paralisação a cada dois dias. Sem trabalhar desde ontem, os grevistas vão se reunir hoje às 15h30 para avaliar o movimento
A vice-presidente da AsCapes, Darlana Godoi, relembra os fatos que levaram a essa paralisação: ;Tivemos várias reuniões com o governo - Ministério do Planejamento - e eles não nos ofereceram nenhuma proposta concreta de melhoria salarial. A greve traz uma comoção geral no mundo acadêmico e esperamos, com isso, ter uma nova postura do governo;. Darlana conta que, além da melhoria salarial, os servidores pedem que o governo regulamente a incorporação de uma gratificação para servidores de nível médio. Darlana reconhece as más consequências para a população, mas ressalta ;não é objetivo da AsCapes prejudicar nenhum pesquisador ou bolsista;. A vice-presidente da AsCapes avalia que o movimento só vai acabar quando o governo tiver uma proposta concreta para negociar com os servidores.
Consequencias para os bolsistas
Para tranquilidade dos bolsistas, foi informado que o pagamento das bolsas de estudo não será suspenso. Os pagamentos, porém, chegarão com atrasos. Atrasos também são previstos na implementação de novas bolsas, na publicação de novos editais e no repasse de recursos a projetos. O atendimento ao público de bolsistas, pesquisadores e instituições também deve ser afetado pela greve. Segundo o comando de greve, após o fim da paralisação, a prioridade dos servidores será o pagamento das bolsas atrasadas e a implementação de novas bolsas.