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Novos idiomas, novos horizontes

Aprender uma língua estrangeira traz benefícios além das questões profissionais e ajuda na forma de pensar e de enxergar o mundo, afirma especialista. A prática diária é recomendada para aumentar o interesse

postado em 12/01/2015 08:00

Com início cada vez mais antecipado, o ensino de novos idiomas na infância possui grande importância na trajetória da formação de crianças. Guilherme Pinheiro, 5 anos, começou cedo. Desde os 2, já aprende inglês na escola e esboça algumas palavras no idioma. Motivado por filmes, desenhos, músicas e pelos pais, Henrique e Ana, o pequeno leva para casa o aprendizado que adquire na escola. A mãe de Guilherme, Ana Valle, afirma que o filho aprende o que foi ensinado e demonstra entusiasmo com a nova língua. ;É bonito vê-lo falando e cantando em inglês, ainda que de brincadeira. Acredito que as crianças têm facilidade em assimilar o conteúdo.;
Guilherme tem aulas de inglês na escola: segundo os pais, o pequeno apresenta facilidade em aprender

O professor Henrick Oprea, que leciona inglês, explica que crianças possuem um espírito mais desinibido e se arriscam nas aulas. ;Uma das principais diferenças entre o aprendizado delas e dos adultos é que estes se prendem muito a questões de regras e normas, têm medo de passar vergonha, de errar. As crianças são mais livres nesse sentido;, explica.
Em busca de ampliar as possibilidades profissionais dos filhos, parentes costumam matriculá-los em aulas e cursos de idiomas variados. No entanto, o professor Oprea conta que os benefícios de aprender uma nova língua vão além da praticidade e de vantagens profissionais: ;Várias pesquisas mostram que o fato de você se tornar bilíngue modifica as estruturas cerebrais, a forma de pensar. Segundo esses estudos, a língua interfere também na forma de agir. Os benefícios não são apenas uma questão de trabalho. Estão também na forma de enxergar o mundo, ampliando os horizontes da criança.;


Em casa, os pais de Guilherme buscam estimular o contato do filho com o idioma, aproveitando os interesses que ele demonstra com desenhos e com filmes da Disney. ;Ele gosta muito dessas atividades, já fomos aos Estados Unidos e vimos o quanto o Guilherme fica animado com esse mundo.; Ana também conta da importância de realizar atividades que estimulem a aplicação do novo idioma como, por exemplo, revistas ou livros de colorir que utilizem as cores em outra língua. Guilherme, humilde e um pouco envergonhado, conta que o inglês ainda está ;mais ou menos;, mas que gosta muito das aulas e da língua nova.


Esse comportamento vai ao encontro de sugestões do professor Henrick Oprea, visto que os pais possuem grande papel na fixação do conteúdo aprendido e aumento de interesse da criança. ;Tem que haver interação com a língua estrangeira. Os pais devem conversar com elas no novo idioma e, dependendo da idade, trocar mensagens, fazer jogos do tipo como pedir algo em inglês, por exemplo;, explica.




Palavra de especialista

A melhor idade para começar


O grande diferencial não é o momento que a criança vai começar a estudar, mas como ela vai fazer uso disso. Esse é o ponto que os pais devem se perguntar. Se não existe tempo de interagir fora da sala de aula nesse novo idioma, o melhor é aprender ao máximo a língua nativa e depois partir para um segundo idioma. Claro, isso vai variar em cada caso. No meu ponto de vista, é preciso garantir que essas crianças tenham uma interação com a língua estrangeira.


Henrick Oprea, professor de inglês há 17 anos

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