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Aprendizado lúdico

Veja como a brincadeira pode ajudar seu filho a se desenvolver e a se preparar para a chegada à educação básica

postado em 27/10/2015 12:59


 (André Violatti/Esp. CB/D.A Press)


Pular, correr, pintar, dançar e cantar são sinônimos de aprender? Na educação infantil, sim. E, nesse caso, as brincadeiras representam um componente essencial para garantir o desenvolvimento escolar da criança. O aprendizado lúdico pode fazer parte da educação como um todo, mas é nessa faixa etária ; até os cinco anos ; que ele não pode deixar de estar presente. Dessa forma, a criança aprenderá não só a parte formal do conteúdo, de conhecer as letras e as sílabas, mas desenvolverá também a memória auditiva e a visual, a coordenação motora, aprenderá a trabalhar em grupo e a seguir uma rotina escolar.

A brincadeira é a alma da educação infantil. É assim que Carla Soares, coordenadora da creche do Centro de Ensino Candanguinho (Cecan), define a importância das atividades lúdicas nessa etapa do ensino. ;O educador promove a brincadeira com o intuito de ter um desenvolvimento motor, oral ou de convivência;, afirma. E isso deve ocorrer de forma prazerosa. ;Se a criança tem prazer de vir para a escola e de brincar, ela vai absorver o conteúdo com mais facilidade;, completa Carla.

A psicopedagoga Mayura Cordeiro, diretora pedagógica da escola Cresce, explica que é por meio da brincadeira que a criança consegue se relacionar com o mundo e é nesse momento que ela faz o ensaio das relações sociais e mostra como ela está entendendo e vendo essas relações. ;A brincadeira é uma das formas mais eficientes que nós temos de conseguir avaliar isso tudo e ver como essa criança vai se desenvolver e que futuro adulto ela está mostrando que será.;
Ansiedade


Por meio da brincadeira, as crianças desenvolvem habilidades motoras e fazem o ensaio das relações sociais (André Viollati/Esp. CB/D.A Press)

Por meio da brincadeira, as crianças desenvolvem habilidades motoras e fazem o ensaio das relações sociais




 (André Viollati/Esp. CB/D.A Press)



Mayura destaca que, sem essas atividades, o processo de aprendizagem pode até ficar comprometido, principalmente porque, hoje, as crianças são cada vez mais expostas a diferentes formas de estímulo, muito em razão do acesso à tecnologia. Ela lembra ainda que muitos pais ficam ansiosos em relação aos resultados do processo de aprendizagem.

Preocupam-se, por exemplo, em comparar o desempenho do filho com o dos colegas, o que não é recomendado. ;Precisamos entender que a aprendizagem é igual a uma impressão digital, cada um apresenta a sua. O tempo de aprender é diferente de uma criança para a outra, o que não quer dizer que quem dá uma resposta mais rapidamente esteja mais desenvolvido ou quem dá uma resposta mais lenta esteja com alguma dificuldade de aprendizagem.;

A brincadeira representa um elemento importante para que a criança consiga processar a quantidade de informação que recebe. E isso pode ser trabalhado de diversas formas, não apenas correndo ou com brinquedos. ;O brincar é construir um conceito, ter um visual para chamar a atenção;, detalha Mayura.

Pensar os ambientes em que a criança vai brincar também é importante, conforme destaca a arquiteta Adriana Freyberger, doutora em educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE/USP). Eles precisam ser diversificados, ter areia, exposição ao sol, espaço para correr, material adequado e segurança. Para garantir essa diversidade, os professores podem usar, em algumas das atividades, espaços públicos. ;Nesse processo de desenvolvimento, a criança vai aprender a falar, a cantar, a fazer movimentos e desenvolver o equilíbrio;, reforça Adriana.




Para ler

Brinquedos e brincadeiras de creches ; Manual de orientação pedagógica


Autoras: Tizuko Kishimoto e Adriana Freyberger

Essa publicação do Ministério da Educação traz orientações para professores, educadores e gestores na seleção, organização e uso de brinquedos, materiais e brincadeiras em creches. Disponível para download no link bit.ly/1jswTno.

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