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Diversidade de animais caiu 52% desde 1970

Isabela de Oliveira
postado em 01/10/2014 10:50
A diversidade de peixes, aves, mamíferos, anfíbios e répteis diminuiu 52% desde 1970 em todo o planeta, alerta o Relatório Planeta Vivo 2014 (Living Planet Report), divulgado ontem pela organização ambientalista WWF. Isso significa que, em menos de duas gerações, o planeta observou as populações globais de vertebrados serem reduzida à metade. O documento internacional, publicado a cada dois anos, também chama a atenção para a situação na América Latina, que é especialmente grave: 83% das comunidades desses animais foram extintas nas últimas quatro décadas.

De acordo com o relatório, na região, as espécies tropicais são as que mais sofrem. O levantamento revelou que as taxas de declínio nos trópicos é de 56%, uma perda muito mais agressiva se comparada com a registrada nas zonas temperadas, onde 36% da diversidade foi aniquilada. Os números, para os especialistas, demonstram que essa é a maior crise de biodiversidade que a porção sul do continente americano já viu.

;Segundo a edição 2014, as maiores ameaças registradas para a biodiversidade são a perda e a degradação de hábitat, a pesca predatória, a caça e as mudanças climáticas;, disse em comunicado Maria Cecília Wey de Brito, secretária-geral do WWF-Brasil. De forma geral, as espécies de água doce são uma das mais prejudicadas, com 76% de seus representantes abatidos desde 1970. Os grandes felinos também estão na mira da extinção. Em 40 anos, 90% dos leões de Gana já sumiram. No Nepal , 97 mil tigres desapareceram no último século.

Jean-François Timmers, superintendente de Políticas Públicas do WWF-Brasil, reforça a crítica de que o avanço do extermínio é agravado pelo uso não sustentável dos recursos naturais. Essa medida é chamada pela organização de pegada ecológica. ;Antes, as pessoas não focavam a conservação porque não tinham informação. Hoje, nós temos o conhecimento, mas ainda há muita resistência em implementar estratégias eficientes nesse sentido;, lamenta.

Timmers exemplifica a afirmação com a recusa brasileira em assinar a Declaração de Nova York sobre Florestas, apresentada durante a Cúpula do Clima das Nações Unidas, em Nova York, na última semana. ;Ainda há o medo de não conseguir aliar desenvolvimento e sustentabilidade. O Brasil acha que seria ilegal acabar completamente com o desmatamento dentro dos próximos anos. Apesar disso, esperamos que o país assine o documento em 2015;, espera o biólogo.

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