Na próxima semana, o público do Distrito Federal poderá, de uma maneira leve e divertida, se informar mais sobre as profundezas do oceano, os mistérios do Universo ou a respeito de espécies animais pitorescas. Isso porque começa, na terça-feira 23, a etapa brasiliense da 18; Mostra Internacional de Ciência na TV, a VerCiência. Programas produzidos por canais do Brasil, da Argentina, do Chile, do Reino Unido, do Estados Unidos e do Japão, entre outros países, ajudarão crianças e adultos a ficarem mais próximos do conhecimento de ponta produzido por cientistas de todo o mundo. Parte da programação, que inclui diversos documentários inéditos no país, também integrará a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.
No cardápio do festival, estão programas sobre os mais variados temas. Alguns abordam questões que afetam diretamente o futuro das pessoas, caso de Decifrando seu código genético, produzido pela rede de tevê norte-americana WGBH, que explica como, em breve, o sequenciamento do genoma humano será usado para antecipar as doenças que um paciente pode vir a ter. Outros falam sobre as tentativas de compreender o funcionamento do Universo. O programa da rede japonesa NHK Energia escura: Rota de expansão do Universo, por exemplo, explica o que os físicos já sabem a respeito da energia escura, que corresponde a 73% do Cosmos, mas é invisível aos olhos humanos.
Proximidade
O curador da mostra, José Renato Monteiro, explica que, ao contrário do que muitos imaginam, os programas sobre ciência voltados para o grande público não têm a finalidade de serem parecidos com aulas de escola. ;O grande objetivo é criar uma cultura científica. Aproximar as pessoas das descobertas;, afirma Monteiro, que observa um interesse crescente do público pelo tema. ;Tornar acessível não quer dizer tornar simplista. O que as pessoas realmente querem é ouvir boas histórias, e a ciência está cheia delas;, completa.
O festival será dividido em sessões, de acordo com o país de origem dos programas. Em Brasília, a britânica BBC, a japonesa NHK a estadunidense WGBH terão dias inteiramente dedicados a suas produções. A programação conta ainda com a sessão Ciência sem Fronteiras, com documentários de vários países. Os últimos dois dias serão reservados para a mostra Aventuras da Ciência, com a exibição de documentários lúdicos que tratam de temas próximos ao cotidiano, como futebol, exercícios físicos, robôs e meio ambiente (veja quadro).
Divulgação
Esta é a 10; vez que a mostra, iniciada no Rio de Janeiro, desembarca em Brasília. Este ano, além das duas cidades, os públicos de São Paulo e Vitória também poderão conferir os programas científicos. ;Desde a primeira edição, muita coisa mudou na divulgação científica, principalmente no Brasil;, explica Monteiro. ;A BBC tem programas com 50 poucos anos, e a NHK, alguns na faixa dos 25 anos. Quando começamos a mostra, aqui no Brasil existiam apenas dois programas fixos na TV aberta;, completa o curador.
Um dos principais nomes da divulgação científica brasileira, o físico Marcelo Gleiser afirma que, aos poucos, o país tem caminhado para abrir o conhecimento criado nas universidades à população em geral. ;Claro que (a divulgação científica) é para todos, mas sinto que ainda existe uma certa reticência do pesquisador brasileiro. Os cientistas ainda não estão cientes do papel social que podem exercer;, afirma Gleiser. ;Já melhoramos, mais ainda há espaço para um grande crescimento;, completa o especialista.
Para o curador da Mostra Internacional de Ciência na TV, aos poucos um dos mitos a respeito da divulgação científica vem caindo. ;Antigamente, existia a visão de que divulgar era vulgarizar, e vulgarizar é perigoso;, lembra Monteiro. Atualmente, o papel universalizado da ciência vem mudando a mentalidade e afetando a produção de documentários do gênero. ;Hoje, a própria ampliação da produção de programas mostra que a ciência é um patrimônio universal que não deve ficar preso em uma caixa preta. Pelo contrário, deve estar aberta para todos;, completa.
VerCiência
18; Mostra Internacional de Ciência na TV Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) De 23 a 28 de outubro. De terça a sexta, às 16h. Sábado e domingo, às 16h30. Entrada Franca.
Programe-se
Confira as atrações que integram a mostra VerCiência:
Terça-feira 23/10 ; Sessão BBC (Reino Unido)
; Órbita: A extraordinária viagem da Terra (2012)
; Como as coisas funcionam: História dos metais (2012)
; Quantas pessoas podem viver na Terra? (2009)
; Brincando de Deus (2012)
Quarta-feira 24/10 ; Sessão WGBH (EUA)
; Inventando ;coisas;: Cada vez menores (2011)
; Segredos do Sol (2012)
; O carro do futuro (2012)
; Caçando os elementos (2012)
Quinta-feira 25/10 ; Sessão Ciência sem Fronteiras
; Novas energias verdes (Chile, 2012)
; Casas e cidades sustentáveis (Chile, 2012)
; Ligue já! (Argentina, 2012)
; Moda Hi-tech / Internet 2.0 (Brasil, 2012)
; Olhando para as estrelas (Reino Unido, 2012)
; Energia eólica (Brasil, 2011)
; Decifrando seu código genético (EUA, 2012)
Sexta-feira 26/10 ; Sessão NHK (Japão)
; O Rio Nyiodo: Uma sinfonia em azul (2012)
; O desastre de Fukushima (2012)
; Praia cósmica: Luzes misteriosas (2012)
; Energia escura: Rota de expansão do Universo (2012)
Sábado 27/10 ; Sessão Aventura da Ciência I
; As formas da natureza (Brasil, 2010)
; Cicloativistas (Brasil, 2012)
; Bang, e lá se vai a teoria: Combustível (Reino Unido, 2012)
; Aventura 100% selvagem (Brasil, 2012)
; Economia verde (Brasil, 2012)
; Inventando ;coisas;: Cada vez mais inteligentes (Estados Unidos, 2011)
; A busca pelo bóson de Higgs (Brasil, 2012)
; Medicina na linha de frente: Sobrevivência (Reino Unido, 2011)
Domingo 28/10 ; Sessão Aventura da Ciência II
; Por que navios afundam (Estados Unidos, 2012)
; Ciência do futebol (Brasil, 2011)
; A verdade sobre os exercícios (Reino Unido, 2012)
; Como os eletrônicos podem nos afetar? (Brasil, 2012)
; Decifrando seu código genético (Estados Unidos, 2012)
; Economia verde (Brasil, 2012)
; Inventando ;coisas;: Cada vez mais inteligentes (Estados Unidos, 2011)