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Boas maneiras ao teclado

Pesquisa aponta generalização da má-educação digital. Ouvir música alta em locais públicos e excesso de compartilhamento nas redes sociais são os piores problemas para os brasileiros

Shirley Pacelli
postado em 09/01/2013 08:00
Pesquisa aponta generalização da má-educação digital. Ouvir música alta em locais públicos e excesso de compartilhamento nas redes sociais são os piores problemas para os brasileirosDurante o jantar, não coloque os cotovelos sobre a mesa. E não use o garfo do peixe para a carne. Se seguir as regras de etiqueta, que existem há séculos, já é um desafio, imagine, então, adaptar-se às recentes normas de boa conduta da utilização dos dispositivos móveis e das redes sociais? Caso tenha atendido o celular no banheiro ou curtido um ;pancadão; no ônibus sem o fone de ouvido, você já infringiu duas da lista.

Aliás, os DJs amadores, que surgem nos transportes coletivos, são os que mais irritam os usuários. Segundo pesquisa da Intel, quase a totalidade dos brasileiros acredita que as pessoas precisam ter mais educação ao utilizar seus aparelhos em público, embora eles mesmos tenham hábitos questionáveis.

;Os resultados da pesquisa da Intel demonstram, claramente, que a preocupação, de agora em diante, não será mais se compartilharemos on-line, mas como faremos isso. Os dispositivos móveis nos permitem transmitir informações em tempo real e a etiqueta nos ajuda a decidir como fazê-lo de maneira positiva;, afirma a autora e especialista em etiqueta Anna Post, do site The Emily Post Institute.

E sabe aquela história do sujo falando do mal lavado? Pois é, 95% dos adultos brasileiros gostariam que as pessoas tivessem mais educação ao acessar seus dispositivos móveis em público, embora eles mesmos tenham hábitos considerados inadequados. Esse é um dos dados curiosos apontados na pesquisa sobre etiqueta móvel e compartilhamento digital, feita pela Ipsos Observer, a pedido da Intel.

O estudo foi realizado no Brasil com uma amostra nacionalmente representativa de adultos e adolescentes (entre 13 e 17 anos), com base na população on-line. França, Japão e Estados Unidos também foram pesquisados. Nos três países, o desejo por uma maior etiqueta móvel atinge mais de 90% da população. A epidemia de má-educação digital desperta também a ira dos indonésios (98%), chineses (97%) e australianos (94%).

Cada país elegeu a pior gafe cibernética. Nos Estados Unidos, por exemplo, escrever mensagens no celular enquanto dirige ganhou o primeiro lugar. Para os franceses, falar alto em público é o hábito considerado mais rude. Já no Japão e no Brasil, é melhor você evitar escutar música muito alto nas ruas ou em transporte coletivo.

Os brasileiros também apontaram entre os piores fatores de incômodo o excesso de compartilhamento na web. Isso num país em que, segundo revelou a pesquisa, cerca de metade dos adultos e adolescentes publicam informações pessoais on-line diariamente. As fotos são as campeãs de publicações de 78% dos adolescentes.

Carreira
O excesso de compartilhamento também pode causar problemas para quem busca um novo emprego. Uma pesquisa da AVG, divulgada em dezembro do ano passado, indica que 90% dos recrutadores buscam os perfis em redes sociais dos candidatos para avaliar se eles são adequados ou não à vaga postulada. Se as páginas mostrarem fotos de nudez ou cenas de embriaguez, as chances de contratação diminuem em 90%.

O hábito de fazer comentários negativos sobre empregadores anteriores também afasta os candidatos: cerca de 95% dos gerentes de RH consideram este tipo de conteúdo na hora de selecionar um novo candidato. Já opiniões radicais sobre assuntos como raça costumam afastar 93% dos recrutadores.

A pesquisa consultou 240 profissionais de recursos humanos dos Estados Unidos e Reino Unido, e mais de 4 mil pessoas entre 18 e 25 anos em 11 países. Nos EUA, as plataformas mais utilizadas para avaliar postulantes a novas vagas são Google, Facebook, LinkedIn, Twitter, Instagram e Flickr. Já entre os britânicos, as redes mais procuradas são Facebook, LinkedIn, Twitter, YouTube, Instagram e Flickr.

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