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A revolução impressa em 3D

Carros, roupas e pequenos produtos já são impressos em três dimensões por meio de equipamentos especiais. Previsão é de que as máquinas fabriquem órgãos e tecidos humanos a fim de diminuir a fila de transplantes

Shirley Pacelli
postado em 16/04/2013 19:00
Carros, roupas e pequenos produtos já são impressos em três dimensões por meio de equipamentos especiais. Previsão é de que as máquinas fabriquem órgãos e tecidos humanos a fim de diminuir a fila de transplantesQuando Charles Hull criou a primeira impressora 3D, em 1984, provavelmente, não imaginava a infinidade de aplicações que a criatividade humana daria para a máquina. De bombons a carros e roupas, quase tudo já foi impresso ; ou será, em breve. A tecnologia tem transformado, especialmente, a medicina. Há poucos meses, a cirurgia das gêmeas guatemaltecas Maria Teresa e Maria de Jesus Quiej-Alvarez, que nasceram unidas pela cabeça, foi facilitada após os médicos planejarem e treinarem a operação em moldes 3D. O procedimento cirúrgico, que em casos semelhantes poderia levar até 97 horas, foi realizado ; com sucesso ; em 22 horas. Bioimpressoras 3D já criaram partes menos complexas do corpo humano, como a uretra. No futuro, a previsão é que as máquinas comecem a produzir órgãos e tecidos para minimizar as gigantescas filas de espera por doação.

No entanto, as impressoras tridimensionais também podem fazer objetos polêmicos. Neste mês, Cody R. Wilson, estudante de direito da Universidade do Texas, ;imprimiu; um rifle capaz de fazer até 600 disparos. Wilson é fundador da Defense Distributed, organização sem fins lucrativos, que desenvolve e publica modelos de armas na internet. Em fevereiro, como provocação à decisão do governo norte-americano de limitar a compra de armas, a empresa criou a munição Cuomo, que permite ser impressa 3D e equipa os fuzis AR-15. Segundo a revista Wired, o rapaz é considerado uma das 15 pessoas mais perigosas do país.

Apesar dos consumidores finais começarem a ter contato com essas máquinas agora, o mercado norte-americano dá sinais de uma bolha vindo por aí. Segundo um relatório da Citron Research, o setor está supervalorizado. O documento, assinado por Andrew Left, acusa a 3D Systems, maior fabricante de impressoras 3D dos EUA, de incrementar as ações de forma fraudulenta. Segundo o estudo, não houve avanços significativos nos últimos cinco anos que motivassem o atual valor das finanças.

Enquanto nos Estados Unidos o mercado discute a supervalorização da tecnologia, no Brasil, a impressão 3D começa a ganhar visibilidade e serviços. O país pode até ter a primeira casa totalmente impressa em três dimensões, um projeto do arquiteto holandês Janjaap Ruijssenaars. Por enquanto, o que se sabe é que foi disponibilizado pelo setor privado um terreno de seis hectares ao lado de um parque nacional, na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais. Tudo será impresso com uma máquina gigante chamada D-Shape.

Além disso, comunidades surgem na internet para concretizar ideias por meio da tecnologia. Na Estilo Vivo, em breve, uma caneca USB, que deixa o café quentinho, será impressa. Duas empresas nacionais ; Cliever e Metamáquina ; lançaram impressoras para disputar com o mercado de equipamentos importados.

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