postado em 16/04/2013 12:25
Rodrigo Krug, diretor da Cliever: o investimento foi em clientes de companhias de pequeno e médio porte |
Ao estudar o modelo de negócios, o empreendedor percebeu que o mercado para o consumidor final não era o foco, não sustentaria a empresa. Por isso, resolveu investir em empresas de baixo porte como clientes. ;O custo de uma linha de produção é gigante. Identifiquei que essas empresas ficavam nas mãos de outras e pagavam até R$ 11 mil pela prototipagem;, conta.
Com operações iniciadas em julho de 2012, a Cliever vende de 10 a 15 máquinas por mês. Este ano, o diretor pretende ampliar a capacidade produtiva para 50 unidades/mês. O maior desafio para o negócio deslanchar, segundo ele, foram as leis e a burocracia brasileira. ;Fazer a impressora foi fácil. Utilizamos tecnologia aberta e fizemos melhorias;, conta Krug.
Atualmente, cerca de 186 empresas trabalham com essa tecnologia no mundo. Dessas, só cinco fazem produtos de verdade. ;Oferecemos um produto completo, com software próprio, suporte e garantia;, ressalta Rodrigo, explicando que 90% dos seus concorrentes não oferecem essa proteção aos clientes brasileiros. Enquanto o diretor se gaba, a Cliever já tem concorrente de peso à vista. Está aberta a venda da impressora 3D nacional da Metamáquina (metamaquina.com.br), que custa R$ 3,7 mil. O diferencial do equipamento é que a empresa incentiva seu uso para imprimir peças plásticas necessárias para a construção de outra impressora tridimensional.
Rodrigo Krug acredita que a impressão 3D vai alterar radicalmente as relações de trabalho. ;Daqui a um tempo será possível fazer o download do desenho industrial de um acessório e imprimi-lo em casa;, prevê o empresário, destacando que, dessa forma, a logística de entrega de encomendas será totalmente alterada. Mas para ele, o grande impacto é a possibilidade de dar forma às ideias. ;Esse será o crescimento da impressão 3D de agora em diante;, afirma.
Veterano
No mercado nacional há 20 anos, a Robtec é pioneira no mercado nacional de impressão 3D. Luiz Fernando Dompieri, diretor-geral da empresa, conta que em toda essa trajetória destacaria especialmente a evolução das máquinas disponíveis. Hoje, há melhores resoluções, teclas flexíveis, impressões coloridas, variedades de matérias-primas e, claro, tamanho reduzido. A empresa tanto vende equipamentos quanto faz os protótipos de produtos sob demanda, especialmente do setor automotivo.
A indústria é o carro-chefe da Robtec, mas instituições de ensino, arquitetos e médicos também costumam procurar pelo serviço. Dompieri conta que as vendas dos equipamentos de baixo custo passaram de seis para 30 por mês.
Com experiência no mercado, Luiz Fernando Dompieri afirma que os Estados Unidos são líderes na tecnologia. Para se ter uma ideia, o país estuda uma forma de, futuramente, em vez de levar materiais na aeronave para construir bases espaciais, transportar impressoras 3D, que fariam a impressão de tudo. Assim como Roberto Krug, Dompieri acredita que haverá um impacto no mercado de trabalho com a popularização das impressoras de três dimensões pessoais. Mas não será negativo, pelo contrário: só vem a somar. ;As máquinas serão aliadas até mesmo da produtividade. Elas podem reduzir o gasto com a logística de entrega;, explica.
30
Quantidade de impressoras 3D de baixo custo vendidas pela Robotec por mês