postado em 18/06/2013 17:53
A proibição do uso das balas de borracha em manifestações públicas, anunciada ontem pelo governo de São Paulo, não é uma opção unânime entre os especialistas da área de segurança no Distrito Federal. As opiniões divergem quanto à eficácia do dispositivo. Alguns acreditam que a polícia precisa ter alternativas de controle, mas ressaltam que elas devem ser usadas da forma correta e sem excessos. Outros analisam que o melhor método de exercer a democracia é por meio do diálogo e da compreensão entre as partes.A pesquisadora em segurança pública, violência e cidadania da UnB Haydée Caruso lembrou que a questão não é proibir o armamento não letal, mas, sim, saber como utilizá-lo. ;A arma de fogo, o cacetete, o gás de pimenta, todos têm o momento propício para isso. Não estamos em um contexto de guerra, com um inimigo a combater. A questão a ser analisada é o uso adequado do equipamento;, avaliou.
A coordenadora do Núcleo de Estudos de Violência e Segurança (Nevis) da UnB, Maria Stela Grossi, lembrou que apenas os policiais têm o direito legítimo de manter a ordem e a segurança. Embora essenciais nos movimentos, eles precisam estar bem treinados para se segurarem diante das situações que podem surgir. ;Em alguns momentos, há a necessidade de controlar a massa. Balas de borracha machucam. Esses ferimentos incentivam uma cadeia de reações agressivas. Por meio de medidas preventivas, de um posicionamento firme, porém pacífico, é possível ter o controle, sem agressividade;, concluiu.