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Marcha das vadias reúne 3 mil contra violência

postado em 24/06/2013 08:00
A maioria dos manifestantes levou faixas e cartazes, que coloriram o protesto com variadas críticas e reivindicações: essa foi a terceira edição do evento Elas chegaram munidas com cartazes, apitos e instrumentos de percussão. Vestiam shorts curtos ou minissaias, sempre com a barriga à mostra. Pintaram os corpos em sinal de repúdio a todas as formas de violência contra a mulher. Com palavras de ordem, pediam a saída do pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) da presidência da Comissão de Direitos Humanos. Em um clima de irreverência e paz, 3 mil pessoas participaram ontem da terceira edição da Marcha das Vadias. O grupo se concentrou às 14h30 em frente ao shopping Conjunto Nacional. Uma hora depois, começaram a marchar. As organizadoras não revelaram o trajeto para evitar que o grupo de manifestantes que protestava contra a PEC 37 se juntasse ao movimento feminista. As lideranças conduziram a multidão por dentro da Rodoviária do Plano Piloto, passaram pelo Eixinho, pelo Setor Comercial Sul, até chegarem ao Eixo Monumental. A Polícia Militar interrompeu todas as faixas no sentido Palácio do Buriti/Rodoviária. Pacientes internados no Hospital de Base do DF (HBDF) e no Sarah Kubitschek hasteavam lençóis brancos na janela, em sinal de apoio à passeata. A mobilização terminou na Torre de TV. Diferentemente das últimas manifestações ocorridas na região central da cidade, não houve nenhum registro de confusão ou vandalismo. Participantes pintaram o corpo para reclamar do machismo e de agressões contra mulheres. O deputado Marco Feliciano era o principal alvo O caráter pacífico fez com que dezenas de pais levassem os filhos para o evento. A servidora pública Yasmin Silvério, 27 anos, caminhava com Geovanna Silvério, de cinco meses. Ela exigia %u201Co fim da violência obstétrica%u201D. %u201CExiste uma indicação indiscriminada de partos cesáreos e muitos hospitais não respeitam o direito da mãe de ter um acompanhante na hora do parto. Também critico o Conselho Federal de Medicina por não recomendar parto em casa%u201D, afirmou Yasmin. Ela deu à luz Geovanna no quarto de casa e com o auxílio de uma doula. A servidora pública Masra Abreu, 53 anos, chegou ao Conjunto Nacional às 14h, orgulhosa do movimento. %u201CHá 40 anos, apanhei muito nas ruas por lutar contra a ditadura. Acho chocante o que está acontecendo, mas estou feliz de ver que a juventude despertou%u201D, disse. Filha da servidora, a socióloga Masra Abreu, 26 anos, participou das três edições da marcha e defende a causa. %u201CA gente luta pelo direito da mulher. Não interessa a roupa que ela veste, não tem por que julgá-la. E tem coisa mais feminista que mãe e filha com o mesmo nome?%u201D, brinca a socióloga. Cartazes criativos e coloridos foram mostrados pelos manifestantes, entre eles, muitos homens. Vários deles exibiam Fora, Feliciano. O pastor e deputado era o alvo principal. Outros protestavam contra o estatuto do nascituro: Estatuto no útero dos outros é refresco e O estatuto estupra os meus direitos eram alguns dos cartazes que se destacavam na multidão. Em meio à Copa das Confederações no Brasil, uma menina levava uma cartolina com a seguinte interrogação: Quem disse que futebol não é coisa de menina? Os amigos Henrique Pires, 21 anos, Daniella Moura, 20, e Renan Machado, 26, colocaram em palavras a indignação com o Projeto de Lei nº 234/11, mais conhecido como %u201Ccura gay%u201D. %u201CIsso seria um enorme retrocesso, a homossexualidade não é considerada doença pelos psicólogos há muito tempo%u201D, critica o estilista Renan. No fim da Marcha das Vadias, organizadoras estenderam uma faixa com os dizeres %u201CPela Vida das Mulheres%u201D. Vestidas de roupas brancas com manchas vermelhas, que simbolizavam sangue, elas tiraram os trajes. O ato representava a violência contra mulheres. O público ovacionou o gesto.

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