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Protesto estudantil

postado em 28/06/2013 18:00
Estudantes em frente ao Congresso: representantes de entidades foram recebidos pelo presidente do SenadoCerca de 1,5 mil estudantes protestaram ontem, em frente ao Congresso Nacional, pela aprovação do projeto que prevê recursos dos royalties do pré-sal para a educação e o Plano Nacional de Educação (PNE). A manifestação foi pacífica e não houve conflito com a polícia. Além das bandeiras por melhorias na área, os estudantes repetiram cobranças levantadas nos protestos que se espalham pelo país, como o fim da corrupção e a saída do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) da presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

Depois de caminhar do Museu Nacional ao Congresso e invadir o espelho d;água em frente à sede ao Legislativo federal, os estudantes conseguiram se reunir com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que prometeu votar o PNE na semana que vem. O projeto do Poder Executivo prevê diretrizes e metas para a área e determina a ampliação progressiva do investimento público em educação. Segundo a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Virgínia Barros, haverá nova manifestação em frente ao Congresso nos próximos dias. O protesto de ontem foi organizado pela UNE e pela União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes).

;Estudante na rua, qual é sua missão?;, perguntavam as lideranças do movimento em um carro de som. Como resposta, os manifestantes gritavam ;10% do PIB para a educação;, enquanto desciam a Esplanada, em direção ao Congresso. Segundo o Planalto, a aplicação desse percentual em educação, como prevê o PNE, depende da aprovação da destinação de 100% dos royalties do petróleo à área. A votação desse projeto também foi cobrada pelos estudantes.

A Câmara dos Deputados aprovou o texto, na noite de terça-feira, destinando 75% dos royalties para educação e 25% para a saúde. Embora diminua o percentual para a área, especialistas dizem que o valor destinado à educação aumentará se o Senado aprovar o texto votado pelos deputados. Isso porque uma emenda acrescentou a destinação de 50% do Fundo Social do Pré-Sal à educação. O trecho já causa a resistência da base governista. Depois da análise dos senadores, a matéria será encaminhada à sanção ou veto da presidente Dilma Rousseff.

A UNE vinha sendo marginalizada nos movimentos pelo país, que têm rejeitado partidos políticos nas passeatas. Questionada sobre a falta de destaque da entidade nos protestos, a presidente negou o distanciamento. ;A UNE está nas ruas, lutando pelo desenvolvimento do país há 76 anos. Acreditamos que essas manifestações são o momento ideal para se lutar pela educação;, disse Virgínia Barros.

Os estudantes também pediram o passe livre no transporte público e a reforma política. Na terça, Renan apresentou uma proposta que prevê a gratuidade nos sistemas de ônibus e metrôs, mas na quarta, em reunião com sindicalistas, a presidente Dilma Rousseff disse que não seria possível implantar o passe livre no país. No entanto, o Planalto ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto. Ainda assim, o Senado aprovou ontem a tramitação da proposta em regime de urgência.

Fora, Feliciano
Entre as causas levantadas no país, ganhou destaque, entre os estudantes, o ;Fora, Feliciano;. Eles fizeram ;beijaços; contra a permanência do deputado na Comissão de Direitos Humanos e gritavam pela saída dele. O protesto, que chegou a fechar o Eixo Monumental, terminou com um banho no espelho d;água em frente ao Congresso. Cerca de 300 policiais acompanharam o ato.

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