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Funrio cancela itens de prova repetidos

Organizadora do certame do Planejamento divulgará as questões anuladas no dia 19

Lorena Pacheco
postado em 01/08/2013 16:00
Ernani Pimentel diz que a medida resolverá a quebra de isonomiaA banca examinadora Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Assistência (Funrio) anunciou ontem que vai anular as questões da prova para analista de tecnologia da informação do Ministério do Planejamento ; aplicada no último domingo ; que estavam semelhantes às do certame da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), feito no ano passado, para a contratação de analistas de segurança. O Correio denunciou ontem que havia pelo menos nove itens praticamente iguais nos dois exames.

Em comunicado oficial, a Funrio assumiu o erro e disse que um professor que colaborou na produção do concurso de 2012 também integrou a comissão da seleção do Ministério do Planejamento e que ele descumpriu o contrato com a fundação ao simplesmente copiar as questões em vez de produzir conteúdo inédito. Na reportagem publicada ontem, o secretário executivo da instituição, Azor José de Lima, havia negado que a fundação tivesse feito parte da execução do certame da universidade fluminense.

A Funrio não confirmou, porém, quais itens do teste serão desconsiderados. O anúncio será feito apenas no próximo dia 19, quando sai o resultado do julgamento de recursos contra o gabarito do exame. As questões idênticas tinham pequenas diferenças nos enunciados e alternância na ordem das opções de resposta. A aplicação de uma nova prova não é cogitada, já que, segundo Azor de Lima, a quantidade de perguntas plagiadas é bem inferior ao total de questões ; 80 perguntas.

Prejuízo
Os candidatos ao cargo de analista de tecnologia da informação estão revoltados com a repetição de itens. Como os concurseiros costumam estudar respondendo cadernos de outras provas, eles acreditam que quem teve acesso às questões anteriormente saiu à frente dos demais, o que prejudica a isonomia da seleção pública. Há quem defenda, inclusive, que o exame seja reaplicado. A assessoria do ministério afirmou que o assunto é de responsabilidade exclusiva da banca organizadora.

O ex-presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac) Ernani Pimentel avalia que a Funrio agiu bem ao apenas anular as questões repetidas. ;A realização de uma nova prova prejudicaria todos os inscritos, sobretudo os que tiveram de viajar para fazer os testes;, ressaltou. Ele acredita que, com o cancelamento dos itens, todos os candidatos voltam a ficar em condições de igualdade.


; Seleção
para gestor


Apesar de o governo ter anunciado que, neste ano, vai reduzir a realização de concursos públicos ; com destaque para os certames dos ministérios do Planejamento e da Fazenda ;, os exames em andamento permanecem mantidos. No próximo dia 11, inclusive, as provas objetivas do polêmico certame para gestores do Planejamento devem ser aplicadas normalmente. A seleção gerou indignação em vários candidatos e associações de concurseiros que tentaram, por meio de denúncia no Ministério Público, modificar o edital. Os concorrentes reclamam que o órgão teria dado excessiva valorização à experiência profissional, que tem o mesmo peso das provas objetivas. O Ministério Público do Distrito Federal chegou a pedir a suspensão do processo seletivo, mas a Advocacia-Geral da União (AGU) entendeu que não há motivos para que ele não seja feito.

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