postado em 06/08/2013 18:00
O que Lex Luthor, Tony Stark, Senhor Fantástico e Dr. Octopus tem em comum? Todos são cientistas extremamente inteligentes. E a lista poderia ser bem maior, com Hulk, Peter Parker, Professor Xavier, entre outros. A ciência e o mundo dos heróis sempre estiveram conectados seja com os personagens interpretando estudiosos, seja pela vontade de aplicar os mesmos poderes no cotidiano. O espanhol Juan Scaliter explica um pouco dessa relação no livro A ciência dos superpoderes, em que lista uma série de poderes e como eles poderiam acontecer na vida real. No processo de pesquisa para a obra, o escritor descobriu que muitos estudiosos se inspiram em quadrinhos ao escolherem o assunto das pesquisas. ;Isso ocorre porque super-heróis foram criados não somente para contar aventuras ou falar sobre habilidades extraterrenas, mas para tentar explicar as inovações que ocorrem em seus tempos;, conta Scaliter.
E a relação de influência entre os dois mundos é mútua. Às vezes, os quadrinhos utilizam de temas científicos nas tramas ; como os conceitos de genética presentes em X-Men ou a radioatividade que transformou Dr. Banner em Hulk. Em outros momentos, os cientistas se baseiam em habilidades fantásticas para realizarem invenções, entre eles, a criação de hologramas, usados em shows, muito semelhantes às figuras formadas pelo anel do Lanterna Verde, por exemplo.
Segundo Scaliter, até mesmo uma das maiores invenções dos últimos tempos, a internet, antes de ser criada apareceu em uma HQ. ;Professor Xavier, dos X-Men, tem o poder de conectar todas as pessoas do mundo, e isso é a internet. Hoje, a rede é uma das maneiras mais importantes de levar progresso a diferentes partes do globo;, cita o escritor.
Um dos entusiastas dessa convergência é o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, que realiza pesquisas sobre a interação entre as máquinas e o cérebro humano em seu no laboratório na Universidade de Duke, nos Estados Unidos. O médico é otimista e acredita que, em 2014, o pontapé inicial da Copa do Mundo no Brasil será dado por um deficiente físico trajando um exoesqueleto mecânico, capaz de transformar estímulos cerebrais em movimento do aparelho.
Em relação ao uso, muitas das invenções são desenvolvidas para fins militares. Mas as tecnologias vão além de lutas entre vilões e heróis e podem ser usadas em diferentes áreas e ocasiões, como saúde, resgates, trabalhos industriais e até mesmo para diversão. Confira a seleção dos equipamentos que dão superpoderes aos homens.
Quanto custa
O site Mashable divulgou uma comparação econômica entre os gastos do super-heróis quando foram criados e hoje em dia. Segundo a estimativa, por exemplo, o Batman de 1939 gastaria cerca de US$ 10 mil anuais (aproximadamente R$ 22,9 mil) entre o traje, a mansão, o batmóvel e alguns artefatos. Já o homem-morcego de 2013, com muito mais gadgets, armadura com tecnologia avançada e veículos futuristas teria de desembolsar mais de US$ 134 milhões (cerca de R$ 306 milhões) todo ano para manter Gothan City livre dos bandidos.
Lagartos e teias
Outro super-herói muito admirado é o Homem-Aranha. Picado por uma aranha modificada geneticamente, o fotógrafo Peter Parker passa a ter superpoderes como a capacidade de subir paredes e até mesmo soltar teias pelos punhos. Cientificamente, essa forma de ganhar novas habilidades dificilmente ocorreria no mundo real, mas as desse personagem intrigam pesquisadores. A possibilidade de escalar paredes sem precisar de cordas ou escadas levou estudiosos da Universidade de Massachussets Amherst a criar um tecido extremamente forte e capaz de aderir a superfícies verticais. Mas, em vez de ter as aranhas como inspiração, os cientistas simularam as rugosidades presentes nas patas de uma espécie de lagarto, o gecko. O resultado foi um pano capaz de grudar em superfícies mesmo sustentando grandes pesos. Para se ter ideia, um pequeno pedaço do tamanho de uma folha de papel do Geckskin ; nome dado a invenção ; pode segurar uma televisão de 40 polegadas em uma parede.
Capa de invisibilidade
Após o acidente espacial, a personagem Sue Storm, do Quarteto Fantástico, adquiriu o poder de ficar invisível. A habilidade é um sonho de muitas pessoas. Porém, tornar as células dos indivíduos capazes de realizar tal feito ainda está um pouco longe. O mais próximo que cientistas conseguiram foi criar tecidos capazes de alterar os raios de luz, de forma a enganar os olhos. É o caso do Quantum Stealth, desenvolvido pela empresa canadense HyperStealth. O segredo da tecnologia usada ainda não foi revelado por completo, pois o uso mais uma vez ainda é voltado para fins militares, mas segundo a companhia, a invenção é capaz de esconder pessoas e objetos até mesmo de binóculos com visão noturna.
Batescalada
Talvez um dos super-heróis mais próximos da realidade, o Batman, não tenha exatamente superpoderes. As habilidades dele se devem a diversos utensílios e gadgets. Uma das características dos objetos do homem-morcego é a tecnologia ultra-avançada. Um dos itens usados em diversas ocasiões é uma corda propulsora, capaz de erquer o personagem a grandes alturas. Apesar de não ser tão portátil quanto a do herói, a empresa norte americana Atlas Devices criou um aparato semelhante. O Atlas Powered Ascender, chamado de APA-5, pode levantar até 272kg a uma velocidade de até 0,3m/s. O dispositivo ainda pode ser acoplado a cordas com espessuras entre seis e 11 milímetros e funciona até debaixo d;água. Atualmente o aparelho é utilizado por forças militares dos Estados Unidos em variadas situações, como operações em montanhas, missões submarinas e resgates de helicóptero. Mas bombeiros, socorristas e outros profissionais poderão dispor do aparelho em breve.
Visão ciborgue
Uma das novidades do mundo tecnológico é o Google Glass. O dispositivo que está em fase de testes dá força a tendência de realidade aumentada. A ideia consiste em identificar objetos e locais e apresentar informações sobre o que está vendo, além da possibilidade de realizar diversas outras ações apenas com o movimento dos olhos, como acessar a internet ou realizar uma chamada telefônica. Apesar de se tornar realidade apenas recentemente, diversos personagens dispunham de instrumentos parecidos, como o policial biônico Robocop, que conseguia identificar criminosos e levantar as fichas quando os via. Atualmente, a Google cedeu exemplares do aparelho para diversas pessoas no mundo testarem antes de ser produzido em escala e colocados à venda.
Através das paredes
A visão de raios X, como é popularmente conhecida, é uma das habilidades do Super-Homem. Com ela, o homem de aço é capaz de enxergar através das paredes ; algo que muitos curiosos gostariam de fazer. Pois a empresa Camero criou um dispositivo que consegue o feito. Basta acoplar o Xaver 800 em uma parede que, em seguida, um radar é acionado, e objetos dentro do local desejado são identificados e reproduzidos em 3D. O alcance chega a 20 metros e a empresa garante que o aparelho funciona em paredes de diversos materiais de construção, desde tijolos a cimento. Apesar dos diversos usos possíveis, o Xaver 800 ainda é restrito a militares em operações especiais e não há previsão de venda para outras finalidades por enquanto.
Força descomunal
Entre os heróis que fizeram sucesso nos cinemas nos últimos anos, um dos destaques é o Homem de Ferro. Semelhante ao homem-morcego Bruce Wayne, Tony Stark não dispõe de poderes especiais. Mas sua inteligência incomum permitiu ao personagem construir armaduras capazes de fazer o herói voar e ter força sobre-humana. Desde então, empresas do mundo todo tentam criar aparatos semelhantes. Um dos protótipos foi feito pela empresa Raytheon. O XOS 2 é o segundo modelo de exoesqueleto mecânico criado pela companhia. Com ele, é possível levantar pesos de 90kg ou quebrar pedaços de madeira sem que o usuário fique cansado. E isso sem perder a capacidade de se mover, pois, durante os teste, uma pessoa que vestia o aparato foi capaz até de jogar futebol. A companhia deixou clara a inspiração no Homem de Ferro e revelou o XOS 2 com o lançamento do filme Homem de Ferro 2. A empresa criou o dispositivo para o Exército norte-americano, mas no futuro poderá ser usado em indústrias ou outras atividades que exijam locomover cargas pesadas.