Houve ainda críticas aos alojamentos e à lotação. Divididos em instalações do Batalhão de Guarda Presidencial e do Regimento da Cavalaria de Guardas (dos Dragões da Independência), os estrangeiros ocupam quartos separados para homens e mulheres e dormem em beliches. Ontem, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, garantiu que providenciará mudanças na estrutura de hospedagem.
As médicas cubanas Ibian Montero, de 40 anos, e Janeres Pupo, 34, já participaram de missões em outros países e se mostraram bastante empolgadas com o trabalho no Brasil. ;Estamos muito felizes, viemos para melhorar a saúde e a vida do povo brasileiro;, declarou Montero. Para elas, a língua portuguesa pode ser um empecilho, mas que estão dispostas a superá-lo com as aulas e com a atuação. Também de Cuba, os médicos Alexander Del Toro, 39 anos, Mariela Maria Valdiz, 40, e Ariane Domingues, 43, compartilham da expectativa dos colegas. ;Vamos trabalhar em lugares distantes e vamos ter resultados lá;, assegurou Del Toro.
Já o médico espanhol Diego Sanchez teme que o português seja uma barreira. ;Vim pelo interesse de trabalhar com o povo brasileiro e para ajudar a transformar a mentalidade ;hospitalocêntrica; para a medicina comunitária;, disse. ;Se não der certo, volto a Espanha.; Ele chegou com quatro filhos e estranhou a reação dos médicos brasileiros. Sobre a hospedagem, Sanchez minimiza o desconforto e reconhece que se trata de um alojamento militar, com várias pessoas dividindo beliches. Outros profissionais, porém, reclamaram de superlotação. A brasileira formada na Espanha Michele Melo, por sua vez, ao perceber que o alojamento seria em instalações militares, resolveu ir para um hotel. (JC)