O Ministério da Justiça premiou 75 trabalhos de combate ao consumo de substâncias ilícitas em cerimônia na tarde da última quarta-feira (16/10). Os ganhadores levaram para casa quantias que variam entre R$ 1 mil e R$ 6 mil. A competição, promovida pela Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas do Ministério da Justiça (Senad), tinha como tema ;Educação na prevenção do uso de drogas; e envolvia as cinco regiões brasileiras.
Concorreram alunos de instituições de ensino públicas e particulares, bem como candidatos do público geral, dependendo da categoria. Na premiação estiveram presentes os 20 primeiros colocados, cujas viagens foram custeadas pelo órgão governamental.
Crianças do 2; ao 5; ano do ensino fundamental de escolas públicas e particulares participaram de um concurso de cartazes. Na categoria vídeo, concorreram estudantes do ensino médio e alunos do 6; ao 9; ano do ensino fundamental. Universitários competiram nacionalmente com monografias de conclusão de curso. Já a competição de jingles e fotografias abriu inscrições para o público em geral.
Confira alguns dos cartazes ganhadores na galeria.
A cantora e compositora Andressa Nascimento, que responde pelo nome artístico de Euterpe, ganhou R$ 3 mil com a canção ABC da prevenção. A letra trata do papel do professor na educação das crianças e na prevenção às drogas, uma responsabilidade que, segundo Andressa, muitas vezes é transferida à polícia. ;O professor tem a obrigação de abordar esse tema, informando com bom senso e educando com amor;, diz Andressa, fazendo referência a um trecho de seu jingle.
Também foram premiadas três monografias com o tema ;Drogas e direitos humanos;. O primeiro lugar recebeu a quantia de R$ 6 mil, o segundo e o terceiro R$ 4 mil e R$ 3 mil, respectivamente. Manuela Telles, médica formada pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, foi a grande vencedora com trabalho de conclusão de curso sobre o impacto da proibição do uso de drogas em pacientes encaminhados judicialmente ao centro de terapia e abuso de drogas da cidade. ;O fato de simplesmente dar outra forma de punição aos indivíduos não é suficiente para diminuir a corrupção, a violência e a criminalização deles;, opina.
Ganhadora do segundo lugar e graduada em direito pela Universidade de São Paulo, Nicolle Cássia de Oliveira fez uma pesquisa sobre o sistema prisional e chegou a uma constatação semelhante: ;Toda criminalização tem um fim específico e a do uso de drogas é a exclusão de uma parcela da população em vulnerabilidade;.
Obras primas infantojuvenis
Dos ganhadores, 60 eram alunos do 2; ao 5; ano do ensino fundamental que confeccionaram desenhos coloridos em cartazes. Nesta categoria, foram escolhidas três crianças de cada série por região do país. Os primeiros colocados receberam R$ 2 mil, os classificados na segunda posição ganharam R$ 1,5 mil, e os alunos na terceira posição, mil reais.
Uma das ganhadoras foi Maria Eduarda Silva, 7 anos, aluna da escola Vereador Odércio Nunes de Matos, de Naviraí (MS). Ela fez o melhor cartaz de todas as crianças de 2; ano participantes no Centro-Oeste. ;Demorou bastante para vir a notícia de que eu ganhei;, diz. Assim como outras crianças presentes na cerimônia, a menina veio a Brasília acompanhada da mãe e da professora.
A baiana Mariana Nascimento, 9, fez o desenho mais bem avaliado do 3; ano da região Nordeste. ;Eu demorei um pouco para terminar meu cartaz porque tive que fazer um bocado de coisa. A escola, a igreja, o açougue, a padaria;; conta, referindo-se aos elementos de sua pintura.
Os vídeos, de estudantes dos ensinos fundamental e médio, eram feitos em grupos de três pessoas. Trios das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul foram premiados. Um representante de cada equipe esteve em Brasília para a premiação e levou R$ 3 mil para dividir com a equipe. Um dos vencedores é Gabriel Silva Oliveira, de Conceição do Araguaia (PA), com o vídeo Na escuridão ainda existe luz. As cenas mostram a interação entre duas sombras: uma oferece drogas à outra, que recusa e oferece de volta um livro. ;Fomos juntando as ideias e fizemos o vídeo. Demoramos muito;, conta.