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Malala cobra acesso à educação

postado em 21/11/2013 14:00
A jovem paquistanesa Malala Yousafzai pediu à Europa que aumente os esforços pelo acesso das crianças à educação, ao receber o Prêmio Sakharov para os Direitos Humanos, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França). ;Cinquenta e sete milhões de crianças esperam por nossa ajuda, essas crianças não precisam de um iPad ou de um tablet, elas precisam de um livro e de uma caneta;, disse a garota de 16 anos, ovacionada pelos deputados europeus presentes na plateia.

Alvo da milícia fundamentalista islâmica Talibã pela luta contra o extremismo religioso, Malala fez um apelo ;aos países da Europa para que ajudem as nações da Ásia, e o Paquistão, em matéria de educação e desenvolvimento;. Sorridente, coberta por um véu laranja, ela começou o discurso fazendo uma brincadeira sobre sua baixa estatura e invocando ;o nome de Deus misericordioso;, antes de proferir uma citação de Voltaire em favor da tolerância.

O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, afirmou que Malala ;deu esperança a milhões de pessoas;. ;Hoje, são mais de 125 milhões de crianças e adolescentes que não têm acesso à escola no mundo, dos quais três quartos são meninas;, declarou. ;Contem conosco para que a União Europeia respeite esses compromissos mundiais em matéria de acesso universal à educação;, disse Schulz, vendo uma ;ocasião histórica; na ;coincidência; entre a visita de Malala e a comemoração do Dia Internacional dos Direitos da Criança. ;O Parlamento homenageia a grande coragem de uma heroína, de uma sobrevivente, de uma criança que, aos 15 anos, desafiou o fanatismo pelo seu direito de ir à escola;, ressaltou.

Por ter denunciado as leis impostas pelo Talibã entre 2007 e 2009 na região do Vale do Swat, noroeste do Paquistão, e defendido o direito das meninas de irem à escola, Malala foi alvo de um ataque em 9 de outubro de 2012, quando voltava da escola em um ônibus escolar. Atingida na cabeça, escapou da morte por muito pouco, e seu espírito corajoso fez da menina um ícone internacional. O Prêmio Sakharov, de 50 mil euros (cerca de 150 mil reais) é concedido anualmente a um defensor dos direitos humanos e da democracia. Malala é a mais nova dos laureados com a distinção.

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