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Cultura popular faz parte do currículo de escola catarinense

postado em 24/01/2014 12:02
Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Quintino Rizzieri, em Içara, sul de Santa Catarina, trabalhos sobre folclore são rotineiros para os mais de 800 alunos. A diretora da instituição, Jaqueline dos Santos, considera o folclore importante para resgatar a cultura do povo e excelente meio de transmissão de conhecimento. Para ela, que está há 27 anos no magistério, o fato de a cultura catarinense apresentar tanta diversidade contribui para que os estudantes venham a ser cidadãos que conheçam e saibam conviver com as diferenças.

Em 2013, ano em que Içara foi sede da 20; edição da Festa da Cultura Açoriana de Santa Catarina (Açor), os professores desenvolveram temas ligados a essa cultura, como o folguedo do Boi de Mamão, a Festa do Divino Espírito Santo, artesanatos, lendas e brincadeiras infantis. Uma das atividades foi a realização de evento que incluiu palestra da escritora local Iêde Cardoso dos Santos sobre o livro O Bicho-Papão Não é Mais Aquele. ;Várias apresentações marcaram o dia em homenagem à escritora, valorizando a cultura de um povo passada de geração em geração;, ressalta Jaqueline, que tem graduação em educação física e pós-graduação em atividade física e saúde.

As crianças apresentaram paródias com personagens do folclore, músicas e coreografias de incentivo à leitura e participaram de exposições de bichos-papões confeccionados com materiais reutilizados. Também prepararam perguntas para a autora. ;Foi um bate-papo ótimo;, diz a professora de língua portuguesa Elenice Alvim de Oliveira. Ela explica que o trabalho de preparação foi realizado com outros professores, com antecedência e apoio de vários outros professores.

Leitura ; Segundo Elenice, o bicho-papão também aparece no Boi de Mamão, manifestação folclórica típica de Santa Catarina, por meio do personagem Bernúncia, animal que engole crianças malcriadas. ;Tivemos como partir desse mesmo personagem para trabalhar a questão da cultura açoriana;, diz a professora. Ela acredita que o trabalho teve resultado excelente. ;Percebi que as crianças compreenderam o que era um autor e tomaram gosto pela leitura;, destaca. ;Foi uma fase em que a leitura deu um salto de qualidade na sala de alfabetização porque despertou o interesse.;

Elenice observou, além disso, que o tema folclore desperta a atenção das crianças e contagia a turma. ;Eles entram em contato com a cultura, pesquisam, reúnem informações presentes em seu cotidiano e aprofundam os conhecimentos referentes a elementos históricos que desconheciam;, analisa. Graduada em pedagogia, ela tem especialização em psicopedagogia e em gestão, supervisão e orientação escolar. Está no magistério há nove anos.

De acordo com a professora Gabriela, os alunos recebem o tema folclore com muito interesse, curiosidade e participação, por serem assuntos do cotidiano. ;O resgate do folclore é muito importante, pois faz parte da identidade do povo. Quem não conhece a própria história tem uma experiência de vida limitada;, afirma.

Gabriela levou para a sala de aula imagens de obras de artistas que abordam, de alguma maneira, o folclore popular. Entre eles, o catarinense Willy Zumblick, que retrata o folclore do estado inspirado na cultura açoriana. Os alunos fizeram a releitura das obras com desenhos, pinturas e colagens. Também produziram máscaras com os personagens do Boi de Mamão e confeccionaram animais com argila e outros materiais. Há dois anos no magistério, Gabriela tem licenciatura em artes visuais e cursa especialização em arte-educação.

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