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Esponjas facilitaram oxigenação do mar

postado em 10/03/2014 14:00

Os animais porosos estimularam o surgimento de toda a fauna oceânica há mais de 500 milhões de anos (cholas J. Butterfield/Divulgação)
Os animais porosos estimularam o surgimento de toda a fauna oceânica há mais de 500 milhões de anos


A evolução dos primeiros animais pode ter oxigenado os oceanos terrestres ; o contrário da visão tradicional, segundo a qual a vida surgiu graças a esse elemento. É o que defende uma pesquisa da Universidade de Exeter, publicada na revista Nature geoscience, que contesta a já consolidada crença de que a oxigenação da atmosfera e dos oceanos foi um pré-requisito para a evolução de formas de vida complexas.

O estudo baseia-se em um trabalho recente de cientistas da Dinamarca que descobriram que as esponjas ; os primeiros animais a evoluírem na Terra ; precisam de uma quantidade muito pequena de O2 para sobreviver. ;Havia oxigênio suficiente na superfície dos oceanos por mais de 1,5 bilhão de anos antes de os primeiros animais evoluírem, mas as águas escuras e profundas continuaram sem o elemento. Nós argumentamos que a evolução dos primeiros animais pode ter desempenhado um papel importante na ampliação do oxigênio no oceano profundo. Isso pode ter, por sua vez, facilitado a evolução de animais mais complexos;, disse Tim Lenton, professor da Universidade de Exeter e principal autor do estudo. A era investigada pelos cientistas é a Neoproterozoica, entre 1 bilhão e 542 milhões de anos atrás, quando não houve aumento da oxigenação atmosférica.

O equilíbrio entre a demanda e a oferta de oxigênio é crucial para determinar os níveis desse elemento no oceano profundo, sendo que a primeira é criada pelo naufrágio de material orgânico. O novo estudo afirma que os animais que inauguraram a vida no planeta reduziram esse fornecimento direta e indiretamente.

Com seus corpos porosos, as esponjas se alimentam por bombeamento de água, filtrando partículas minúsculas de matéria orgânica e, assim, ajudando a oxigenar as camadas marinhas onde vivem. Esse processo estimula o aumento do fitoplâncton ; as plantas minúsculas do oceano ;, que afundam mais rápido, reduzindo a demanda de oxigênio na água. Um oceano mais rico desse elemento criou as condições ideais para que animais complexos começassem a evoluir , já que eles têm uma exigência maior de oxigênio. Entre as novas formas de vida, surgiram os predadores, que, ao se alimentar de outros, deram início à biosfera marinha moderna, criando o tipo de teia alimentar com a qual estamos familiarizados até hoje.

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