Paloma Oliveto
postado em 12/03/2014 16:00
Desde criança, aprende-se na escola que dois terços do planeta estão cobertos de água. A Terra, contudo, não é um reservatório inesgotável. Noventa e sete por cento dessa imensidão molhada estão nos oceanos e não são próprios para consumo. Atualmente, 780 milhões de pessoas ; cerca de um em cada nove habitantes ; não têm acesso a água potável, principalmente nas regiões mais pobres, como a África. Lá, para 345 milhões de habitantes, essa é uma mercadoria rara. No Brasil, a situação é privilegiada: são 3,6 mil metros cúbicos de reserva por habitante, segundo a edição de 2013 do Relatório de conjuntura dos recursos hídricos, da Agência Nacional de Águas (ANA). Ainda assim, 55% dos municípios brasileiros poderão sofrer deficit no abastecimento em 2015, afetando 71% da população, inclusive o Distrito Federal, segundo o mesmo mapeamento.
De acordo com um estudo realizado pela Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, em geral, as pessoas estão dispostas a colaborar, mas não sabem como fazê-lo. Em uma pesquisa sobre a percepção do uso da água realizada com 1.020 participantes, os autores do artigo detectaram que a maioria cita medidas, como tomar banhos mais ligeiros e fechar a torneira enquanto escova os dentes como as principais medidas de economia.
;Apesar de isso realmente ser importante dentro de uma casa, essas não são as principais causas de desperdício;, observa Shahzeen Attari, professora da Escola de Saúde Pública e Questões Ambientais da Universidade de Indiana e principal autora do estudo. Ela diz que canos e peças quebradas, além de descargas desnecessárias, são os grandes vilões domésticos, responsáveis pelo maior consumo volumétrico de água. ;Poucas pessoas parecem saber disso. É importante que a gente reforce, cada vez mais, as campanhas educativas, que mostrem o verdadeiro caminho da economia da água;, diz.