Dilma foi presa e torturada pelos militares: "Nossos sonhos foram calados" |
A presidente Dilma Rousseff aproveitou discurso em cerimônia no Palácio do Planalto ontem para dizer que, após os 21 anos nos quais os ;sonhos foram calados;, o país ultrapassou uma etapa e tirou lições do sofrimento. ;Cinquenta anos atrás, o Brasil deixou de ser país de instituições ativas, independentes e democráticas. Por mais de duas décadas, nossas instituições, nossa liberdade, nossos sonhos, foram calados;, afirmou.
;Toda dor humana pode ser suportada se, sobre ela, puder ser contada uma história. A dor que nós sofremos, as cicatrizes visíveis e invisíveis que ficaram nesses anos podem ser suportadas e superadas porque hoje temos uma democracia sólida e podemos contar nossa história;, continuou a presidente, ao citar a filósofa alemã Hannah Arendt.
Segundo a petista, que, ao lutar contra o regime, foi presa por três anos e torturada pelos militares, lembrar do golpe ajuda a consolidar a democracia. ;Nós aprendemos o valor da liberdade, o valor de um Legislativo e de um Judiciário independentes e ativos. Aprendemos o valor da liberdade de imprensa, o valor de eleger por um voto direto e secreto de todos os brasileiros;, afirmou.
Dilma destacou ainda que o país pós-regime também aprendeu ;a eleger, por exemplo, um ex-exilado, um líder sindical que foi preso várias vezes e uma mulher que foi prisioneira;. Na manhã de ontem, antes de assinar o contrato para construção da segunda ponte sobre o Rio Guaíba, em Porto Alegre, ela esteve no Hospital das Forças Armadas para fazer exames de rotina.