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Apenas o pensamento como companhia

Ficar sem fazer nada por apenas 15 minutos é insuportável para a maioria das pessoas. Há quem prefira tomar pequenos choques elétricos a cumprir essa simples tarefa, mostra pesquisa realizada nos Estados Unidos

No percurso até o trabalho, o rádio parece um companheiro indispensável. Ligar a televisão ao chegar em casa é um ritual quase automático para muita gente após um dia cansativo. Ler um livro ou navegar na internet pelo smartphone ocupa o tempo de quem espera o sono chegar. E tudo isso não parece ser por acaso. Ficar à toa é insuportável para grande parte das pessoas. De acordo com um estudo publicado na edição de hoje da revista Science, o ser humano prefere fazer qualquer coisa, até mesmo passar por uma situação desagradável, a ficar sozinho com os próprios pensamentos. Isso pode acontecer, segundo os autores, porque é difícil orientar e manter os pensamentos em uma direção agradável.

A pesquisa liderada por Timothy Wilson, pesquisador da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, é uma das tentativas mais recentes de entender uma atividade neurológica exclusiva do ser humano e que ainda é cercada de mistérios: a rede neural em modo padrão. Ela é caracterizada por oscilações neurológicas que ocorrem sempre que alguém se empenha em tarefas internas, como sonhar acordado. A capacidade de se envolver consigo mesmo, diz Wilson, é uma parte essencial, talvez até mesmo uma definição, do Homo sapiens.

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