postado em 13/06/2012 07:30
O governo federal pediu ;trégua; de 20 dias aos professores federais que estão em greve desde o dia 17 de maio para continuar as negociações. Segundo o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, ao final desse período, o governo assume o compromisso de resolver o acordo sobre a reestruturação da carreira, principal reivindicação dos professores.;Queremos retomar a conversa, propondo que as entidades deem uma trégua na greve. Pedimos um prazo de 20 dias para fechar o semestre com tranquilidade e nós oferecemos nosso compromisso de chegar a um acordo sobre a questão da carreira;, disse, na abertura da reunião.
A greve já atinge 55 instituições federais de ensino em todo o país. Também em busca da reestruturação de carreira, os servidores vinculados ao Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) anunciaram greve geral a partir de hoje (13), entre docentes e técnicos. A paralisação deve atingir 40 mil servidores.
Mendonça disse ainda que essa é uma ;oportunidade ímpar; de avançar no acordo para valorização de carreira dos docentes, que vem sendo discutido desde 2010. "São 20 dias para resolver uma conversa de muito tempo. Vamos avaliar o que vai ser possível construir", garantiu.
A proposta desanimou os representantes dos professores. A presidente da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes), Marina Barbosa, classificou como ;desfaçatez; a alternativa dada pelo governo. ;Ele [o secretário de Relações do Trabalho] teve a desfaçatez de dizer que nos poderíamos, então, ter a chance de terminar o semestre;.
[SAIBAMAIS]Para ela, não há motivos para acreditar em boa vontade do governo para negociar. ;Ele [Sérgio Mendonça] não pode dizer que é uma greve ilegítima ou precipitada. A gente já tinha dado trégua porque está desde agosto de 2010 dando trégua pro governo. Por que agora temos que acreditar que, ao suspender o movimento, vamos ter uma proposta apresentável?;, indagou.
Os professores reivindicam a reestruturação das carreiras dos docentes e protestam contra a falta de infraestrutura nas instituições. Segundo Marina, a categoria cobra que o governo federal "assuma sua responsabilidade na educação".
;Vivemos uma situação trágica. Na nossa última conversa [15 de maio], o governo apresentou as mesmas propostas apresentadas em dezembro de 2010. Isso demonstra falta de negociação. Esperamos uma proposta concreta;, disse. Uma nova reunião foi marcada para a proxima trerça-feira (19).