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Greve dos professores das universidades complica calendário de aulas

No domingo (17), a greve dos professores das universidades federais completará um mês. A paralisação, que conta com a adesão de 51 instituições, afeta a rotina dos estudantes que aguardam as negociações entre a categoria e o governo federal para que o semestre letivo possa ser retomado e concluído. Na Universidade de Brasília (UnB), além dos professores, os técnicos administrativos também cruzaram os braços, inviabilizando a maior parte das atividades acadêmicas.

está marcada para terça-feira (19).


Na UnB, a decisão de paralisar as atividades é de cada professor, por isso os alunos se sentem ;perdidos; em relação à greve. ;Tanto as férias do meio do ano quanto as do fim do ano, ninguém sabe como vão ficar porque não sabemos quando começará o próximo semestre;, disse Raphaella Pinheiro, 19 anos, aluna de relações internacionais. Cinco dos seis professores com quem ela tem aula neste semestre aderiram à greve. ;A maioria das matérias parou completamente. Tem professor que está passando exercício pela internet para a gente resolver, tem outros que vão encurtar o semestre na volta e a gente vai fazer a prova mais rápido. Outros vão considerar a matéria como dada, porque quando a greve começou 75% das aulas já tinham ocorrido. Outros vão repor tudo. Cada um vai fazer do jeito que quiser;, reclama.

[SAIBAMAIS]Apesar das críticas, parte dos alunos apoia a paralisação. Em assembleia no dia 24 de maio, que contou com a presença de cerca de 600 pessoas, foi aprovada a greve estudantil, em apoio ao movimento inciado pelos professores. Uma sessão que reuniu os 46 centros acadêmicos da UnB no dia 29 manteve a decisão em uma votação apertada: 22 votos a favor da greve estudantil, 20 contra e duas abstenções.

Com a paralisação dos servidores, que começou na última segunda-feira (11), além das aulas, alguns serviços que são prestados à comunidade também ficaram interrompidos. A biblioteca da UnB, que é frequentada também por quem não é aluno da instituição, está de portas fechadas. ;Sempre venho aqui para estudar, o espaço é bom. Mas agora fiquei meio sem opção;, conta Guilherme Macedo, 36 anos. Ele estuda administração em outra instituição, mas frequenta a UnB pela proximidade de sua casa.