Perguntado se o MEC tem um plano B, caso a greve continue, Lins afirmou: “Vamos aguardar os desdobramentos dos fatos. Por enquanto, nós trabalhamos para o restabelecimento das aulas e das atividades de ensino e pesquisa. Nós não vamos nos antecipar em relação aos fatos vamos a aguardar os fatos."
Lins defendeu a legitimidade da Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) para assinar a proposta apresentada pelo governo, que prevê reajustes de 25% a 40% para a categoria. O Proifes foi o único dos três sindicatos da mesa de negociações que aceitou a proposta do governo.
“Nós não trabalhamos com esse cenário de continuação indefinida da greve”, afirmou o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Marco Antônio Oliveira. Segundo ele, havia urgência em chegar ao fim das negociações. “O melhor para nós seria que os três sindicatos da mesa fossem favoráveis [à proposta]. Mas não significa que eles não possam aderir mais tarde. O governo tem, por força de lei, que enviar o Orçamento [ao Congresso Nacional] até o fim de agosto”.
O acordo com o Proifes será assinado hoje no Ministério do Planejamento e posteriormente encaminhado ao Congresso. O presidente do sindicato, Eduardo Rolim, disse acreditar no retorno gradual de todas as universidades às aulas. “O prazo para acordos salariais termina em agosto. Acredito que aos poucos a greve deve se encerrar, com uma retomada espontânea por parte dos professores”.
O Proifes representa 20 mil professores de um universo de 130 mil docentes do ensino superior e tecnológico. Destes, 5.222 responderam a uma consulta eletrônica sobre a proposta governamental feita pela entidade. O resultado mostrou que 3.854 (74%) eram favoráveis ao fim da paralisação e 1.322 (25,3%) contrários.
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Agora, o retorno às aulas dependerá do que os professores votarem em assembleias nos próximos dias. Ligadas ao Proifes, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) já decidiram retomar as atividades. Mas nas universidades onde o sindicato não tem representatividade, o movimento grevista pode prosseguir.