postado em 02/08/2012 10:09
O governo federal vai assinar hoje acordo de reajuste salarial com a Federação de Sindicatos dos Professores de Instituições de Ensino Superior (Proifes), entidade que representa somente seis das 57 universidades federais que estão paralisadas há 78 dias. Com o acerto, que prevê correções entre 25% e 45%, o Executivo deu por encerrada a mesa de negociações com os docentes universitários. No entanto, o fim da greve ainda é incerto. O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), o Sindicato Nacional de Educação Básica, Ciência e Tecnologia (Sinacefe) e a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) mantiveram a rejeição à proposta do Executivo e continuam em greve.A presidente do Andes-SN, que representa a maioria das instituições, Marinalva Oliveira, afirmou que, no encontro com as entidades, ontem à noite, no Ministério do Planejamento, o governo foi intransigente e manteve, em essência, a desestruturação da carreira docente nas duas propostas apresentadas. ;Não houve avanço. Vamos intensificar a greve e mostrar quem tem força política;, ameaçou. Participaram da reunião o secretário de Relações do Trabalho do ministério, Sérgio Mendonça, e representantes do Ministério da Educação.
Mesmo nas instituições aliadas ao Proifes, o fim do movimento precisa ser referendado pelas bases nas assembleias. A expectativa do governo é de que algumas instituições normalizem as atividades a partir da semana que vem. A Universidade Federal de São Carlos (UFScar) já sinalizou que aceita a proposta e deve encerrar a greve.
Pesquisa
[SAIBAMAIS]De acordo com o presidente do Proifes, Eduardo Rolim, a decisão de aceitar a proposta do governo federal foi baseada no resultado de uma pesquisa on-line com mais de cinco mil docentes de 43 universidades e institutos federais. Segundo ele, individualmente, 74% dos profissionais responderam de maneira favorável ao acordo com o governo.
O resultado contrasta com os números apresentados pelas entidades sindicais. Em 56 das 59 bases das universitárias houve rejeição à propostas do governo. As 34 assembleias do
Sinacefe também se mostraram contrárias. O Planalto, agora, vai formular um projeto de lei de reajuste dos docentes para enviar ao Congresso Nacional até 31 de agosto. De acordo com Executivo, não haverá mais modificações na proposta.