Ensino_EducacaoBasica

Diretor do Proifes critica proposta apresentada pelo Andes-SN

postado em 23/08/2012 18:57

Publicada na segunda feira (20/8), a contraproposta do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) foi criticada nesta quinta-feira (23/4) pelo diretor da Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) Gil Vicente Reis. De acordo com o professor, além de tardia, a proposta do Andes-SN é de má qualidade e tem impacto negativo na carreira dos docentes.

;É pouco provável que o governo volte a fazer negociações com os sindicatos. Caso isso ocorra, o Proifes será contra. Não faz sentido reabrir as discussões agora, pois o que foi apresentado pelo Andes-SN é um retrocesso em relação às conquistas que adquirimos no acordo assinado pelo Proifes em 3 de agosto;, informa Gil Vicente.

A principal crítica feita pelo professor à contraproposta diz respeito à unificação das carreiras dos docentes das universidades com a os dos institutos técnicos federais. ;Não faz sentido, o ensino superior tem uma lógica diferente da do ensino técnico e equipará-las pode ser prejudicial ao ensino básico, técnico e tecnológico, em que há menos de 10% de doutores. Isso dificultaria a progressão desses professores;, explica o diretor.

[SAIBAMAIS]Ainda em relação à restruturação da carreira, o Proifes diz que a abolição das classes, como sugerida pelo Andes-SN, vai causar prejuízos de R$ 500 mil ao longo da carreira do professor. Esse argumento foi justificado pelo fato de o Andes-SN querer definir a carreira apenas em níveis, o que faz com que um professor doutor, que acabou de ingressar na universidade, leve oito anos para chegar ao quinto degrau da carreira.

Segundo Gil Vicente, na proposta do Proifes, esse mesmo professor levaria três anos, após estágio probatório, para ocupar o quinto nível da carreira, de adjunto 1.

Sobre o reajuste nos salários, o diretor do sindicato vê a proposta do Andes-SN como injusta. ;Pela proposta deles, os menores aumentos são para os professores mais titulados. Isso desestimula qualquer profissional. Ninguém quer chegar ao fim da carreira com reajustes insignificantes;, diz o diretor.

De acordo com o Proifes, o Andes-SN sugeriu que os mestres tenham reajuste em torno de 90%, os doutores iniciantes em volta de 70% e os doutores no topo da carreira (associados e titulares) ficariam com o reajuste mínimo, de 35% a 40%. No acordo assinado entre o governo e o Proifes, os percentuais de reajustes para 2013 variam entre 13% e 32%, conforme o nível de carreira do docente.

Divergência
Representantes do Proifes também afirmam que o impacto orçamentário da proposta do Andes-SN será de R$ 10,5 bilhões, mais que o dobro do que o governo oferece. Para o diretor do Andes-SN, Paulo Rizzo, o impacto é menor que o informado pelo Proifes mas maior que o anunciado pelo governo.

Segundo ele, o governo não oferece dados suficientes para que este cálculo seja realizado, mas a estimativa feita pela entidade revela que o impacto seja de aproximadamente R$ 8 bilhões. Rizzo acrescenta que na última proposta eles abriram mão de todos os percentuais fixos e optaram por manter o piso e o teto salariais fornecidos pelo governo. Dessa forma, o meio da carreira será mais favorecido.

Na última quarta-feira (22/8), representantes do Andes-SN se reuniram com deputados que formaram uma comissão e se prontificaram a conversar com o Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para sensibilizar o governo a negociar com a categoria. Eles acreditam que serão recebidos antes do prazo do dia 31 de agosto, quando o orçamento de 2013 será concluído e não haverá a possibilidade de incluir reajustes.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação