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Professores ignoram ultimato e seguem com a greve

Diário de Pernambuco
postado em 30/08/2012 10:43

Monterrubio de Brito defende melhores condições de trabalho para professores.À véspera do ultimato dado pelo governo federal para o término da greve dos professores universitários, o movimento não dá sinais de que irá terminar agora. O governo alega que não pode voltar a negociar com os professores porque o projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) elaborado pelo Ministério do Planejamento, já foi concluído e não poderá mais ser alterado. O plano deverá ser encaminhado ao Congresso Nacional até esta sexta, quando a greve estará há seis dias de se tornar a maior da história das universidades federais em Pernambuco. Mais um ato em defesa do movimento será realizado hoje, Praça do Diario.

A aluna do curso de Ciências Sociais, Débora Araújo de Vasconcelos, 18 anos, classificou o movimento como um ;mal necessário;. ;É melhor ter uma greve longa do que ter várias pequenas greves todo ano. Se eles precisam de mais tempo para retomar as negociações com o governo, é melhor que a paralisação demore mais para eles saírem satisfeitos;, afirmou. Ana Olímpia Severo, 19, também é estudante de Ciências Sociais e avaliou o movimento positivamente. ;Se eles não ficarem satisfeitos com o resultado, isso vai influenciar na qualidade da aula que nós vamos ter. O atraso no curso é o mínimo;, ponderou. O estudante de Ciências Políticas Monterrúbio de Brito, 19 anos, defende que os alunos pensem na melhoria das condições de trabalho dos professores, e ;não sejam egoístas;. ;Quanto mais os professores forem valorizados, melhor será para os estudantes;, opinou.

A greve tem adesão de 54 das 59 universidades federais de todo país. Para o presidente da Associacao dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe), José Luiz Simões, a sexta-feira é uma data limite para o Poder Executivo, não tendo nada a ver com a continuidade da greve. ;Enquanto o projeto não for votado pelo Legislativo, ainda pode ser modificado. Além disso, a proposta do governo prevê reajustes a serem concedidos até 2015 e a LOA só se refere a 2013;, afirmou, para depois completar: ;se o governo se mostrar mais flexível com as nossas propostas e reabrir as negociações, há uma grande chance da greve ser encerrada na próxima assembleia;.

Os grevistas pedem variação de 5% entre os níveis e um piso salarial de R$ 2.329,35 para jornada de 20 horas semanais. O governo oferece reajuste salarial de 25% ea 40% nos próximos três anos e redução do número de níveis de carreira de 17 para 13.

A próxima reunião dos docentes da UFPE vai acontecer no dia 5 de Setembro, próxima quarta-feira. A pauta segue indefinida. A Adufepe está marcando reuniões com senadores e deputados federais, para conseguir apoio. Ontem, os docentes organizaram um debate na Alepe, com o tema ;A greve da educação superior no contexto da crise do serviço público;.

Assim que a greve acabar, serão repostas as seis semanas de aulas para a conclusão do primeiro semestre. Depois, haverá um recesso de cerca de 10 dias, para a organização do período de matrícula para os alunos veteranos.

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