postado em 10/01/2013 21:01
A América vai ficar cada vez mais brasileira se depender dos quase 600 brasileiros que embarcam nesse semestre para intercâmbios culturais e educacionais nos Estados Unidos. A partir de amanhã (11), são 37 Jovens Embaixadores de 15 a 18 anos, 21 Jovens Líderes universitários e 540 professores de inglês de escolas públicas do Brasil que vão poder melhorar a fluência na língua estrangeira e mergulhar na cultura americana em várias cidades do país estrangeiro. A expectativa é que na volta, eles possam replicar a experiência e ampliar cada vez mais a presença brasileira em programas internacionais de cunho educacional e cultural. Do Distrito Federal serão, ao todo, 46 participantes: 44 professores e dois estudantes, um do ensino médio e outro universitário.
Todos estão inscritos em programas desenvolvidos pela Embaixada dos Estados Unidos em parceria com diversas instituições brasileiras. O objetivo é que brasileiros que conseguiram se destacar nas áreas de competência em que atuam possam aprimorar conhecimentos, desenvolver novas metodologias de trabalho e buscar novas oportunidades além das fronteiras com o Brasil.
;É inegável o poder de uma experiência de intercâmbio para a formação educacional e profissional;, avalia Jeffrey Lodermeier, um dos coordenadores do projeto Jovens Embaixadores, voltado para alunos do ensino médio.
Além desse, há o programa Jovens Líderes, que leva universitários brasileiros interessados em aprimorar os conhecimentos sobre os EUA, e o programa de aperfeiçoamento para professores de língua inglesa, organizado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação (MEC), a Comissão Fullbright e com apoio do Conselho Nacional de Secretários da Educação (Consed).
América à vista
As professoras Anna Mônica de Souza, Rosemeire Aguiar e Maria Aparecida Neves estão com tudo pronto para viver no país estrangeiro durante seis semanas. O inglês pode até estar afiado, mas as colegas confessam que, mesmo assim, elas tremem só de pensar na experiência. ;E não é de frio;, ri Maria Aparecida, que nunca viajou para o exterior.
Para ela, conhecer os Estados Unidos modifica toda a prática como professora de inglês, função que exerce há cerca de 10 anos. ;Sempre incentivamos nossos alunos a manter a cabeça aberta, não se fechar para as oportunidades que surgirem. Eu segui o meu próprio conselho. Acho que vivenciar o dia a dia norte-americano vai modificar a minha forma de dar aulas, porque vou enriquecer meus exemplos, ilustrar o ensino com um argumento real;, explica a professora Maria Aparecida, do Centro Educacional 11 da Ceilândia.
Maria Aparecida acha que pode inspirar os alunos a conquistarem os próprios sonhos. Ela diz que, mesmo sem condições de viajar para o exterior, sempre se dedicou aos estudos.
;Acabei me tornando professora de inglês. Foi isso que me trouxe aqui, é essa dedicação que vai me levar aos EUA pela primeira vez. Não desisti de sonhar;, ela conta.
Para Inaldo Nascimento, professor do Centro de Ensino Fundamental da 410 Norte, o intercâmbio vai ajudá-lo a refletir sobre a metodologia usada em sala de aula: ;Minha preocupação é com o ensino de qualidade. E isso não pode só depender da infraestrutura, que ainda deixa muito a desejar nas nossas escolas do DF.;
Agenda de viagem
Durante as seis semanas, os professores vão passar por treinamentos sobre metodologia de ensino, inovação e cultura americana. O programa visa fortalecer a fluência oral e escrita dos professores, além de focar em atividades que estimulem o uso de recursos online e de novas tecnologias como aliados no aprendizado da língua. Eles vão atuar em 19 universidades norte-americanas.
O programa começou em 2011 com a seleção de 20 professores. Neste ano, serão 540 que embarcam entre sexta-feira (11) e domingo (13), e outros 540, que viajarão em junho.
O professor Vinícius Nery já sabe o que vai trazer ao voltar. Ele, que já conhece os Estados Unidos, vai procurar novidades que possam enriquecer as aulas dele. ;Vou tentar trazer alguns jogos, revistas, jornais, coisas da atualidade. Em uma sala de inglês dá para aproveitar um monte de coisa;, ele revela.