Em debate neste momento na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), que discute o desempenho dos cotistas nas universidades, o professor Augusto Werneck, da PUC do Rio de Janeiro, defendeu o regime de cotas em concursos para ingresso no serviço público.
Primeiro professor da disciplina de Ação Afirmativa no Brasil, Werneck considera que a medida é de fácil implementação e pode seguir a sistemática usada para ingresso nas universidades públicas. Para ele, a adoção de cotas para carreiras públicas de nível superior representará o fechamento de um ciclo iniciado com as ações afirmativas adotadas para as vagas no ensino superior.
No debate, Angela Nascimento, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, contou que negros e pardos, apesar de representarem metade da população brasileira, ainda ocupam apenas 35% das vagas disponíveis nos cursos de graduação, 26% de mestrado e 22,3% de doutorado.
Para ela, o sistema de cotas adotado no país tem contribuído para a promoção da inclusão social, mas precisa continuar e ser ampliado, para fazer frente a essa realidade ainda marcada pela desigualdade de oportunidades.
Angela Nascimento conta ainda que apenas 3,27% da população negra têm nível superior completo.