Ensino_EducacaoBasica

Professores em greve decidem manter ocupação

postado em 24/06/2014 13:03

Termina às 16 horas de hoje (24/6), o prazo estabelecido pelo Comitê de Gestão de Crise da Secretaria de Segurança Pública de Goiás para que o grupo de servidores municipais da educação deixe o prédio da Câmara de Vereadores de Goiânia (GO) pacificamente. Em greve desde o dia 26 de maio, os educadores ligados ao Sindicato Municipal dos Servidores da Educação de Goiânia (Simsed) no último dia 10, impedindo que as sessões plenárias aconteçam na casa.

Apesar da possibilidade de que, após o fim do prazo estipulado pelo comitê, a Secretaria de Segurança autorize a Polícia Militar a usar a força para cumprir a liminar de reintegração de posse concedida pelo Tribunal de Justiça de Goiás no último dia 12, dirigentes sindicais afirmam que o grupo não vai deixar o local até que a prefeitura apresente uma proposta que contemple as reivindicações da categoria. Esta manhã, os trabalhadores fizeram uma assembleia e decidiram permanecer no plenário da Câmara.

;Os trabalhadores decidiram manter a greve e a ocupação. E se policiais vierem nos retirar à força, vamos resistir. O que não significa que vamos atacar policiais ou usar da violência, mas a alternativa de deixarmos o prédio voluntariamente está descartada;, declarou à Agência Brasil o coordenador do Simsed, Renato Regis.

Durante a assembleia, um grupo de grevistas se dirigiu a um auditório da Casa, onde os vereadores vêm realizando as sessões ordinárias. Os manifestantes deixaram o local somente depois que a sessão foi suspensa e prometeram retornar caso os parlamentares voltem a se reunir.

Na tentativa de forçar os ocupantes a deixarem a Câmara, foram adotadas algumas medidas como a interrupção do fornecimento de água e energia elétrica. Na última sexta-feira (20), no entanto, as medidas foram canceladas sem surtir o efeito esperado. Apenas o ar-condicionado do plenário segue desligado. Os educadores se revezam na ocupação do prédio e intensificaram as críticas ao presidente da Câmara, Clécio Alves (PMDB), e ao prefeito Paulo Garcia (PT), a quem acusam de se negar a receber os representantes do movimento e negociar as reivindicações da categoria.

Segundo a assessoria da Câmara, a postura tem sido a de buscar o diálogo e em nenhum momento Alves se pronunciou sobre a legitimidade das reivindicações dos educadores ou sobre a postura do prefeito. ;O que o presidente [da Câmara] tem dito é que, se os manifestantes querem seu apoio, devem primeiro desocupar o prédio;, afirmou à Agência Brasil o diretor de comunicação da Câmara, Urias Júnior.

Entre as principais reivindicações da categoria estão: pagamento dos retroativos do piso salarial e das titularidades, melhorias na infraestrutura das escolas públicas de Goiânia, reelaboração do plano de carreira, efetivação do auxílio locomoção e gratificação de 30% (retroativa a janeiro deste ano) para os auxiliares. Segundo o Simsed, que não é filiado a nenhuma central sindical e ainda está em processo de regularizar o registro sindical, a maioria das principais reivindicações já constavam de um acordo firmado com a prefeitura em 2013.

Procurada, a prefeitura de Goiânia informou que estár aberta ao diálogo, mas que qualquer acordo depende do imediato retorno dos profissionais ao trabalho. A prefeitura também informou já ter enviado à Secretaria Estadual de Segurança Pública e à Promotoria de Justiça de Goiânia respostas às reivindicações do movimento grevista. Para a prefeitura, a ocupação da Câmara é ilegal.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação