A maioria das inscrições se encerra em 22 de outubro. Encontre a entidade pública de sua preferência, olhe no edital a matéria com maior peso na nota e mantenha o foco nela, aconselha o professor Ernani Pimentel, presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio dos Concursos (Anpac). ;E não se esqueça de ver, principalmente, qual o programa de português, cadeira que reprova 70% dos candidatos.;. Em seguida, é fundamental analisar, com sinceridade, seus compromissos diários, de modo a fazer uma programação adequada, identificando a quantidade real de tempo disponível para estudar. ;Tem que se tomar como ponto de honra a criação de uma rotina e mantê-la. O esforço será apenas nos dois primeiros meses, daí para frente, a coisa acontece;, salientou.
Na avaliação de Mariano Borges, professor do Gran Cursos, é importante, a princípio, definir o cargo desejado, aquele que se aproxime ao máximo do emprego dos seus sonhos. ;Acho importante prestar qualquer concurso para treinar. Mas é preciso definir o que, efetivamente, se quer. Porque você vai ficar lá por 30 ou 35 anos e não vai ser fácil permanecer na função durante esse tempo todo;, disse.
Terceirização
Borges aconselhou começar a estudar pela matérias básicas, comuns a todos os concursos: português, direito administrativo e direito constitucional. E, para quem vai arriscar um certame pela primeira vez, se inscrever em um curso preparativo para aprender as estratégias de concentração e de divisão das tarefas é aconselhável. ;Esses cursos sempre dão um norte de como organizar os estudos;, afirmou. Ele garantiu que quem estuda, passa. ;Não tem esse negócio de ser ou não ser inteligente. A palavra é persistência. Nunca vi ninguém não passar após dois ou três anos de dedicação. Só existem duas categorias de cidadãos: os que são aprovados e os que desistem. E tem gente que estuda só três meses e consegue;, destacou.
O professor refuta, também, os argumentos de que o serviço público é inchado e ineficiente, porque o candidato que agora se esforça para passar é o mesmo que, depois, se transformará em mau exemplo. ;É uma visão distorcida. O concurso é uma forma de trazer moralidade;, enfatizou Borges.
Ernani Pimentel também fez questão de combater o discurso de analistas do mercado financeiro sobre gastos excessivos do governo com pessoal. ;É propaganda daqueles que querem ganhar dinheiro com serviços terceirizados. Há muitos cargos vagos que devem ser urgentemente preenchidos;, afirmou. Em seus cálculos, se todos as posições disponíveis estivessem ocupadas, o que não acontece ; devido à terceirização de mão de obra ;, para manter a máquina funcionando e se aproximar a países de alto nível de eficiência, como Alemanha e Japão, o Brasil precisaria aumentar em 20% o número de servidores públicos.