Os candidatos que fazem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no câmpus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília (UnB) este fim de semana (3 e 4/11) encontraram dificuldades para chegar aos locais de prova. "Não tem ônibus para chegar até aqui", reclama o estudante Aderson Neto, 18 anos, que saiu de casa, em Taguatinga, às 9h para não perder o horário. "Vim de metrô até a rodoviária, e de ônibus de lá até aqui. Cruzei a cidade e estava com medo de não chegar a tempo", explica o jovem.
[SAIBAMAIS]Por isso, os candidatos que vão fazer a última etapa do Enem amanhã (4) na UnB precisam tomar cuidado e se programar melhor para chegarem antes que os portões fechem. De acordo com informações do DFTrans, a organização do exame não solicitou reforço de ônibus nas áreas dos locais de prova, e também não divulgou os locais onde o exame seria realizado. A previsão é de que apenas 40% da frota normal do transporte público no DF funcione neste domingo. No
"Paguei R$ 35 numa corrida de taxi da Octogonal até a UnB porque não dá pra confiar nos ônibus. Amanhã vai ser a mesma coisa", conta Aline Lustrino, 20 anos. Para a candidata, a volta vai ser ainda mais difícil. "Vou esperar ônibus para economizar para amanhã, e só Deus sabe que horas vou chegar em casa."
Aline só abandonou o local de prova quando o sinal tocou, às 17h30, marcando o fim do primeiro dia de exames. Enquanto esperava o transporte, comparava as respostas com a colega Adriana Pacheco, 20 anos. A frustração foi não ter conseguido passar todas as respostas para o gabarito. "Quando o alarme tocou eu implorei um tempinho para a fiscal, e ela ameaçou anular minha prova. Como ficaram faltando só dez questões, eu achei melhor ter 80 questões preenchidas do que 90 anuladas. É uma questão de lógica, e lógica caiu no Enem", ironiza a candidata.
Adriana, que mora no Recanto das Emas, não esperava que fosse tão difícil chegar à UnB. "Tive que pegar quatro ônibus hoje de manhã, e já estou na parada há mais de 40 minutos", afirmou. Por causa dos transtornos com o transporte, ela ficou sem almoçar. "Comi uns chocolates durante a prova, mas estou morrendo de fome". No domingo, Adriana planeja sair mais cedo de casa, para dar tempo de almoçar com tranquilidade, resolver melhor a prova e escrever uma boa redação.
Muito nervosa e 15 minutos atrasada, a estudante Andrezielli Silva, 18 anos, chegou ao Pavilhão João Calmon pedindo para ter a entrada liberada, mas não adiantou. "O meu local de prova é em outro prédio da UnB, eu nem sei onde fica. Não adianta mais", disse. Ela pegou o metrô em Samambaia até a Rodoviária do Plano Piloto, pediu uma carona até o câmpus universitário na Asa Norte, desembarcou na L2 Norte e precisou ir andando até o câmpus. "É muito difícil chegar aqui no fim de semana", lamenta Andrezielli.