Com a promessa de aumentar o quadro de funcionários e as linhas de crédito tanto para imóveis quanto para o setor produtivo, o novo presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Roberto Evangelista de Lima, tomou posse ontem em uma cerimônia no auditório da Legião da Boa Vontade. Ele garantiu que 400 concursados serão convocados até dezembro ; atualmente, o banco conta com 3 mil funcionários. Ele disse ainda que um edital será lançado este ano com, no mínimo, 10 vagas para profissionais da área de tecnologia da informação. ;Vamos investir na modernização do banco e na excelência do serviço. Para isso, precisamos de tecnologia e de pessoal;, afirmou.
Para captar mais clientes, além da melhora do serviço e do atendimento, a aposta de Evangelista é na carteira de crédito. Ao todo, R$ 1,6 bilhão a mais de dinheiro será oferecido em comparação com 2012. ;Revisamos os orçamentos do BRB e percebemos que era possível estender as linhas de crédito;, conta. O empréstimo à pessoa jurídica é o que terá maior volume de recursos, eles serão ampliados em R$ 400 milhões, totalizando R$ 1,4 bilhão de recursos.
Desenvolvimento
O setor imobiliário receberá um incremento de R$ 300 milhões além dos R$ 405 milhões normalmente oferecidos. Para o agronegócio, estão reservados R$ 230 milhões. No ano passado, o crédito rural foi de R$ 272 milhões. A indústria também receberá um importante aporte de R$ 100 milhões, mais do que o dobro do normalmente cedido ao segmento, que era de R$ 41 milhões. ;O BRB é um banco público e, como tal, deve ser indutor do desenvolvimento do Distrito Federal e das regiões de influência;, defendeu o novo presidente durante o discurso de posse.
Evangelista é o quarto presidente do banco nos dois anos da administração Agnelo Queiroz. Antes da indicação de Paulo Roberto, o nome anunciado foi o de Abdon Henrique de Araújo, então secretário de Desenvolvimento Econômico (SDE), amigo de longa data do governador. Mas Abdon abriu mão da vaga e foi para a Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento. Um dos motivos seria a preocupação com a autorização do Banco Central, a quem cabe avaliar indicações para a direção de instituições bancárias.
Paulo Roberto foi indicado ao cargo no dia 11 de dezembro, quando começou a se ambientar com o BRB. Ele fez carreira em outra instituição financeira pública, o Banco do Brasil. Apesar da escolha ter ocorrido há mais de um mês, somente ontem ele tomou posse formalmente para comandar a instituição. A demora entre a indicação e o início efetivo das atividades tem relação com os trâmites burocráticos. Primeiro ele teve que ter seu nome aprovado pelo plenário da Câmara Legislativa, e depois precisou passar pelo crivo do Conselho de Administração do BRB e do Banco Central.
Mais agências
A cerimônia de posse do novo presidente do BRB foi prestigiada por representantes do setor produtivo, parlamentares, secretários de Estado e o governador Agnelo Queiroz. Durante a solenidade, Agnelo anunciou a inauguração de mais três agências do banco até o início de fevereiro: uma na Vila Buritis, em Planaltina, outra em Águas Lindas e uma terceira no Jardim Botânico.
Além de adiantar as futuras unidades da instituição, Agnelo defendeu o BRB como vetor de desenvolvimento regional. ;Estamos criando no DF uma política de negócios e, por isso, precisamos aumentar a capacidade, o crédito e a competitividade do BRB e o novo presidente tem a capacidade gerencial para fazê-lo.;
Perfil
Paulo Roberto Evangelista de Lima nasceu no município de Cumari, em Goiás, e está em Brasília desde 1999. Graduado em administração pela Universidade Católica de Goiás (UCG), tem especializações em administração financeira e em gestão de negócios. Ele entrou no Banco do Brasil aos 21 anos e saiu em janeiro de 2012. Paulo Roberto progrediu internamente no banco federal, tendo exercido funções como coordenador de equipe, superintendente regional, gerente executivo, diretor de controles externos e diretor de gestão de riscos. Nessa última área, ele avaliava os negócios do banco, analisando, entre outros pontos, os riscos de mercado e a liquidez.
Mais dinheiro
Incremento de crédito por setor:
; Imobiliário: R$ 300 milhões
; Pessoa jurídica: R$ 400 milhões
; Rural: R$ 230 milhões
; Indústria: R$ 100 milhões
Estrutura
106
Pontos de atendimento atualmente
3 mil
Número de funcionários
520 mil
Total de clientes
R$ 970 milhões
Valor do patrimônio líquido
R$ 162 milhões
Lucro líquido até o terceiro trimestre de 2012
Quatro perguntas para
Paulo Roberto Evangelista de Lima, presidente do BRB
Qual é a sua principal meta como presidente?
Será atender com excelência os nossos clientes, organizar a rede de atendimento do BRB e investir pesadamente em tecnologia da informação. Precisamos fazer isso com rapidez. E, obviamente, atuar como um banco público e indutor do desenvolvimento no Distrito Federal.
O BRB é um banco que precisa se modernizar.
Como isso será feito? Como o cliente vai sentir isso no dia a dia?
Faremos um investimento para a modernização da nossa tecnologia e da nossa linha de atendimento. Em TI, nós vamos investir R$ 150 milhões até o fim de 2014. Vamos construir um moderno centro de tecnologia do BRB. Vamos investir também nas agências e usaremos R$ 35 milhões para modernização da nossa rede ; reforma das agências, preparando o nosso ambiente para receber os nossos clientes.
Qual será a política do BRB de redução dos juros?
Para competirmos no Distrito Federal, vamos ter que oferecer taxas e tarifas competitivas. Então, o BRB vai estar sempre olhando para o mercado e vendo de que forma nós poderemos atuar com os nossos clientes.
Um bom atendimento está relacionado à quantidade e à qualidade
dos funcionários. Existe alguma previsão de novas contratações?
Temos candidatos aprovados. Durante o ano, vamos convocar em torno de 400 aprovados em concurso para integrar o quadro de pessoal do BRB. Já está sendo preparada e será lançada uma seleção para área específica de tecnologia, não qual pretendemos, em um primeiro momento, preencher 10 vagas para a revolução tecnológica que faremos no Banco de Brasília. Estou dentro do BRB desde 11 de dezembro, entendendo o banco e vendo o que a gente poderia fazer e já tem vários projetos em andamento para a gente colocar a nossa rede de atendimento que a nossa clientela espera e precisa na hora de procurar o seu crédito e seu produto bancário.