Trabalho e Formacao

Fiscais da cultura

Legislação específica sobre o funcionamento do ministério, além de orçamento público, gramática e licitações, estão entre os conteúdos necessários para garantir uma das 83 vagas oferecidas pela pasta

postado em 11/02/2013 13:13
O concurso do Ministério da Cultura vai selecionar profissionais para atuar na fiscalização de projetos culturais apoiados pelo governo federal. São 83 vagas de técnico de nível superior e as provas estão marcadas para 7 de abril. O certame, organizado pelo Instituto Cidades, terá 50 questões de múltipla escolha, além de dissertação sobre algum tema relacionado à área.

A perspectiva de poder trabalhar diretamente com a cultura nacional chamou a atenção da turismóloga Ana Beatriz Nóbrega, 34 anos. Afastada da área há 10 anos, ela raramente presta concursos e trabalha como secretária em um escritório de advocacia. ;Decidi tentar essa prova porque o cargo no Ministério da Cultura é o que mais se aproxima da minha área;, conta.

Ana Beatriz concentra os estudos pela manhã, enquanto ainda não está no escritório em que trabalha. ;Não me matriculo em cursinhos por causa do alto preço e porque não tenho tempo;, afirma. Porém, ela reconhece que disciplinas específicas da área cultural ou do direito exigem conhecimentos além dos que são expostos nas apostilas. ;Assisto a videoaulas, porque não dá para entender completamente essas matérias apenas com leitura, sem explicação;, relata. Para economizar, a candidata montou um grupo de estudos com cinco amigos concurseiros. Eles se reúnem esporadicamente para assistir às videoaulas, compradas em conjunto.

A prova cobrará questões de português, língua estrangeira (inglês ou espanhol), noções de informática, administração pública, finanças públicas e detalhes do setor de cultura do governo, como o funcionamento do Ministério da Cultura e as leis que tratam do fomento à atividade cultural. O professor Ricardo Blanco, especialista em direito administrativo do curso preparatório Vestconcursos, afirma que o candidato deve esperar do Instituto Cidades enunciados diretos e objetivos, sem grandes textos que exijam interpretação. ;É uma banca que apenas copia e cola o texto da lei para o aluno avaliar durante o exame;, afirma.

A turismóloga Ana Beatriz Nóbrega, 34 anos, vai aproveitar a oportunidade de atuar em uma área próxima da formação dela. Foto: Ronaldo de Oliveira/ CB/ D.A. Press

Blanco alerta que o edital coloca elementos de direito administrativo dentro da disciplina de administração pública. O Instituto Cidades deverá cobrar no certame normas como a Lei n; 8.666, de 1993, que trata de licitações, e a Lei n; 10.520, de 2002, sobre pregão eletrônico. Além de licitações, assuntos como administração direta e indireta e atos administrativos têm maior chance de aparecer na prova. ;Para esses temas, o aluno deve procurar um bom livro de doutrina;, sugere. Segundo ele, concurseiros sem formação em direito devem ter atenção redobrada ao estudar as leis. ;É uma disciplina que costuma eliminar candidatos de outras áreas.;

Questões específicas
O candidato também deve encontrar questões específicas sobre legislação e funcionamento dos órgãos e programas ligados ao ministério. Para o professor de finanças públicas do Pró-Cursos Antonio d;Ávila, o aluno deve ficar atento aos projetos culturais previstos no Plano Plurianual de 2012 a 2015. Por isso, assuntos como o funcionamento das leis orçamentárias, que explicam como as partes do orçamento público devem ser destinada a cada pasta, devem estar no plano de estudos. ;É bom revisar os princípios orçamentários, regime contábil das receitas e despesas, classificações orçamentárias e conceitos de empenho, liquidação, pagamento, restos a pagar e despesas de exercícios anterior;, relaciona o professor.

Gramática é outro assunto que merece atenção redobrada do concurseiro. ;Errar uma questão da matéria pode baixar muito a posição do candidato;, afirma o professor do Gran Cursos Fabrício Dutra. De acordo com ele, vírgula e classificação dos pronomes são itens comuns em provas do Instituto Cidades. Em interpretação de texto, a dica é tomar cuidado com as diferenças entre afirmar e inferir. ;A afirmação está explícita no enunciado. Já a inferência é o que o trecho permite concluir;, ensina Fabrício.

O que diz o edital

Ministério da Cultura

Cargo: técnico de nível superior
Vagas: 83 (cinco para deficientes físicos) mais 166 de cadastro de reserva
Remuneração: R$ 3.980
Inscrições: até 3 de março
Taxa: R$ 9,32
Provas: 7 de abril
Edital disponível no site:

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