postado em 03/05/2013 18:00
Uma série de denúncias de irregularidades colocou em xeque a credibilidade do concurso para praças da Polícia Militar do Distrito Federal, cujos testes objetivo e discursivo foram aplicados no último domingo. Segundo os candidatos, a organização e a segurança do certame, sob responsabilidade da Fundação Universa, deixaram a desejar em diversos locais de prova. As queixas principais são de uso indiscriminado de celulares nas dependências do exame e a permissão para que algumas pessoas ficassem além do prazo previsto em edital para preencher o cartão de resposta. Insatisfeito, um grupo de inscritos protocolou ontem uma denúncia no Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). Há relatos, inclusive, de que algumas pessoas foram autorizadas a ingressar nas salas de provas após o sinal de início da seleção. O militar Ismael Cristino Oliveira da Silva, 23 anos, é um dos responsáveis por levar o caso até o Ministério Público. Ele fez a prova na Faculdade de Ciências Sociais e Tecnológicas (Facitec), em Taguatinga, e espera que o processo seletivo seja anulado. ;Foi uma farra. Várias pessoas me disseram que viram outras usando celular nos banheiros, avisaram os fiscais e nada foi feito;, protestou.
Entre os documentos entregues no MPDFT, estão a cópia de várias páginas de redes sociais com reclamações dos inscritos e um vídeo - feito com um celular de dentro do local de prova - que supostamente mostra um dos candidatos preenchendo o cartão após o tempo-limite. O também militar Rafael Marcos, 25, conta que uma das pessoas que fazia a seleção na mesma sala que ele, na Facitec, chegou a levantar e a se dirigir a um outro colega com o celular na mão. ;A cara da fiscal de sala foi de susto, mas ela apenas mandou que ele guardasse o aparelho;, contou.
SMS
O analista de sistemas Floriano de Almeida, 30, diz que, durante a aplicação da prova na Universidade Católica de Brasília (UCB) foi possível ouvir vários tipos de sons de mensagens de texto (SMS) chegando aos aparelhos móveis. ;A gente ficou livre para entregar o celular. Alguns deixaram com os fiscais e outros, não;, completou.
A Fundação Universa caracterizou como sem fundamento e ;insidiosas; as denúncias ;desses poucos candidatos; de uso de aparelho celular e de permissão de preenchimento dos cartões além do horário previsto, uma vez que qualquer irregularidade teria sido informada em ata. A acusação, para a organizadora, é ;desleal e no mínimo inapropriada para alguém que almeja exercer o cargo de policial militar;. A banca examinadora ressaltou ainda que algumas pessoas com deficiência solicitaram o auxílio de alguém que lesse e de tempo adicional para fazer a prova, o que estava previsto no edital.
70 anos da CLT
Durante a sessão solene em comemoração aos 70 anos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Carlos Alberto Reis de Paula, destacou que são necessárias mudanças no texto. Segundo ele, além de atualizar o que é antiquado, ;se deve reafirmar a proteção dos direitos básicos do trabalhador e a busca pela efetiva representatividade das entidades sindicais;. O presidente do TST também ressaltou que essa revisão deve ser feita sem afetar o núcleo de princípios do direito do trabalho. Para ele, a reforma deve alcançar os direitos fundamentais garantidos pela Constituição. Nesse sentido, De Paula lembrou a importância da presença do Estado no combate aos trabalhos infantil e escravo.