
O concurso terá duas fases. Na primeira, serão aplicadas provas objetivas e discursivas para analisar os conhecimentos básicos e específicos em temas como língua portuguesa, direito penal, contabilidade, administração financeira e orçamentária, controle externo e auditoria governamental. A segunda corresponderá ao programa de formação, de caráter eliminatório, que será realizado em Brasília pelo Instituto Serzedello Corrêa.
A chance de fiscalizar os recursos da União e o apreço pelo papel do tribunal na sociedade são os fatores que motivam Belmiro da Graça Soares, 35 anos, a concorrer a uma das 18 vagas abertas para Brasília. O candidato diz ter maior domínio em disciplinas como administração pública e controle externo, e revela que encontra certa dificuldade em língua portuguesa e contabilidade. “Tento contornar essas dificuldades com cursos on-line e videoaulas, pois o nível da prova é alto e tenho de estar preparado”, comenta. Belmiro diz que simula o dia da prova ao refazer questões antigas de concursos e que prefere o sossego da madrugada para se concentrar no aprendizado.
Dedicação, paciência e método de estudo a longo prazo são características de quem pretende alcançar o cargo de auditor. “Os concursos para as carreiras fiscais, em geral, cobram um nível aprofundado de conhecimentos. É importante o candidato estar atento ao edital para focar nos itens que tem dificuldade e se dedicar a revisões e a exercícios”, aconselha o professor do Tempo de Concursos Anderson Ferreira. A respeito de administração financeira e orçamentária, o especialista afirma que os conteúdos estão dentro do esperado, mas que o concorrente não pode descuidar com a banca. “Nos últimos concursos, o Cespe tem procurado diversificar os temas cobrados. Com isso, é possível dizer que qualquer um dos assuntos da matéria pode aparecer — do histórico do Orçamento até as despesas”, afirma. Nas questões discursivas, Ferreira recomenda atenção às competências do TCU no orçamento e à maneira como o órgão lida com a administração financeira.
Direito penal será outra disciplina presente na seleção. O professor do IMP Concursos Tiago Pugsley analisa que os temas pedidos em 2013 seguem o padrão de conteúdos das últimas provas e indica concentração nos estudos sobre os crimes contra a administração pública. “É preciso conseguir fazer uma ligação entre as infrações, os procedimentos a serem tomados e as consequências, como possíveis condenações, pois são competências necessárias para exercer o cargo de auditor”, comenta. Pugsley conta que nesses certames é comum aparecerem cobranças de jurisprudência dos principais tribunais do país. “É preciso conhecer as decisões de julgamentos recentes, como o próprio mensalão, e o posicionamento do TCU sobre os casos”, diz.
Economia
Essencial para a função de auditor, economia se destaca no certame devido à quantidade de assuntos a serem abordados. Para o professor do site especializado Ponto dos Concursos Marcelo Seco, o edital de 2013 não trouxe grandes surpresas nas listagens de tópicos da matéria. “É de se esperar que para o cargo em questão o conteúdo programático esteja completo, com conceitos básicos de contabilidade, princípios e questões de débitos e créditos. O que é um pouco novidade é a parte de indicadores econômicos e a análise de balanços”, detalha. Segundo ele, na parte discursiva, o concurseiro precisa dominar os principais artigos da Lei nº 6.404, de 1976, os pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e as normas do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) presentes no edital. “Acredito que nas questões abertas pode aparecer algo relacionado ao CPC 00 e à NBC TA 200”, sugere.
O que diz o edital
Tribunal de Contas da União (TCU)
» Cargo: auditor federal de controle externo
» Vagas: 29
» Remuneração: R$ 12.076,90
» Taxa: R$ 120
» Prova: 13 de outubro
» Edital: www.cespe.unb.br/concursos/tcu_13_auditor/arquivos/ED._1_TCU_2013_ABT.PDF