Estado de Minas
postado em 27/10/2013 22:04
Em coletiva com a imprensa, neste domingo (27/10), o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, comentou a questão da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de ontem (26), na qual aparece uma charge em que a palavra gasolina é grafada com a letra z. Segundo o ministro, na prova, a charge aparece grafada da maneira como foi escrita na época, na década de 60.A questão trata de uma charge que ironiza a política desenvolvimentista do governo de Juscelino Kubitschek. Na charge, o então presidente aparece conversando com um personagem chamado Jeca. O diálogo é o seguinte:
;JK - Você agora tem automóvel brasileiro, para correr em estradas pavimentadas com asfalto brasileiro, com gazolina brasileira. Que mais quer?
JECA - Um prato de feijão brasileiro, seu doutô".
O texto é de autoria do chargista Théo e foi retirado do livro Uma História do Brasil Através da Caricatura (1840-2001).
"A charge é de 1960 e contextualiza o tema da época", disse. Perguntado se o Ministério da Educação não deveria ter grafado da maneira correta para os dias de hoje, ele diz que isso é um debate pedagógico que deve ser incentivado.
Nas redes sociais, participantes debocharam da questão. "Aprendi no Enem que gazolina se escreve com ;z; e não mais com ;s;" ironizou uma candidata, pelo Twitter. "Se amanhã eu escrever ;gazolina; na redação, vou perder ponto?;, questionou outra. "A partir do momento que a prova de história me aparece escrito ;gazolina;, minha redação pode também né?" perguntou um terceiro.
[SAIBAMAIS]O professor de português Rodrigo Fonseca explica que a palavra está de acordo com os padrões ortográficos de 71, ano da publicação. "À época gazolina era o certo, sim, e isso só viria a mudar após um acordo ortográfico, feito no mesmo ano, que definiu que toda palavra entre vogais com som de ;z; seria escrita com ;s;" afirma. "Esses acordos levam cerca de cinco anos para serem efetivados, e a mudança só veio depois da charge", completa."Isso é coisa de gente que quer denegrir um processo que, até o momento, foi impecável".
O Enem foi aplicado neste final de semana a mais de 5 milhões de candidatos em 1.161 cidades. Foram mais de 16 mil locais de prova e cerca de 648 mil trabalhando para a execução do exame.
Com informações da Agência Brasil