Banca organizadora do concurso da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que aconteceu no último domingo, o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB) afirmou ontem que o flagrante de um policial militar usando um telefone celular durante as provas para agente foi um fato isolado e imediatamente resolvido. A empresa fez questão de reiterar que o fato não trouxe prejuízos para a continuidade do certame.
O Cespe garantiu que todas as medidas preventivas para garantir a lisura da seleção foram tomadas. O concurso ofereceu 900 oportunidades, das quais 300 para preenchimento imediato e 600 para formação de cadastro reserva. O salário é de R$ 7.890,05.
Enquanto as investigações não confirmam a fraude no processo seletivo, a maior parte dos inscritos fica na torcida para que a prova não seja cancelada ou suspensa, como mostrou uma enquete feita ontem, no site www.correiobraziliense.com.br. Entre os comentários, prevaleceu o desejo de que o certame tenha continuidade. Muitos argumentaram, inclusive, que a prisão do policial militar é suficiente para garantir a continuidade dele.
Além da suspeita de que o acusado teria acessado um telefone celular, inscritos na prova denunciaram que ele usou um ponto eletrônico. A assessoria de comunicação da Polícia Civil, no entanto, não confirma essa segunda suspeita. A Polícia Militar do Distrito Federal, por sua vez, disse que aguardará a decisão do inquérito para se posicionar sobre o assunto. Se a fraude for comprovada, será aberto um processo administrativo contra o policial militar, por meio do qual será decidido se ele será ou não expulso da corporação. Nem o nome nem o posto do detido foram revelados.
Perícia
Na avaliação de Max Kolbe, membro da Comissão de Fiscalização de Concursos da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF), qualquer decisão sobre o assunto passa pela apreensão do celular e por uma perícia no aparelho. Para ele, caso o resultado do exame indique que o militar não usou o equipamento durante o certame, fica excluída a necessidade de suspensão da prova. Se ficar confirmado, contudo, ;sou favorável à realização de outro certame, porque aí há quebra do princípio da isonomia;, defendeu.
Opinião do internauta
Leitores do Correio comentam a denúncia de fraude no concurso da PCDF
Rodrigo Vasconcelos
Se ele foi pego, não tem por que cancelarem a prova. O problema seria se ele não fosse pego e descobrissem depois. Claro que
não deve ser cancelado.
Eli Senna
Tem que cancelar (o concurso) sim. É óbvio que o cara não estava sozinho, tem mais gente envolvida que não foi pega.
Amanda Concursanda
Geralmente, esses esquemas de cola são feitos em grupo. Se for comprovado, é justo que a prova seja refeita!
Thiago Tremendani
Só (deve ser cancelado) em caso de outras ocorrências. Porém, já aconteceram fraudes maiores, e os concursos não foram cancelados.
Romulo Dos Reis
Não se pode cancelar algo com base no achismo, e, sim, em provas concretas. Cancelar um concurso por conta de uma pessoa que fez isso (e, diga-se de passagem, já esta sendo responsabilizada) fere os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. Se o concurso tivesse sido uma zona, houvesse várias suspeitas de fraude e ninguém tivesse sido preso, aí, sim, seria passível de anulação.
Danilo Vieira
Eu tenho para mim que ele teve ajuda externa. Consultar o código na hora da prova demandaria muito tempo, e isso teria de ser feito de uma forma rápida.
Rodrigo Neves
Pelo que fiquei sabendo por alto, ele deletou mensagens de texto. Então, deve ser investigado. Um concurso policial que admita irregularidades vai aceitar policiais corruptos! Isso a PCDF nunca poderá aceitar.
Juninho Dvsj
Se for constatado que havia um grupo reunido com o intuito de fraudar o concurso, acho que deveria ser anulado sim.
Lucas Pinelli
(O certame) deve ser investigado e, se houver participação de mais alguém, essas pessoas precisam ser presas e eliminadas do concurso.