Assim que o resultado foi publicado, Luiz foi para a UnB com vários amigos, comemorou, postou fotos em redes sociais para, depois, viver uma mistura de frustração e desesperança. ;Na segunda-feira, eu vibrei com meus amigos, levei o trote e, no dia seguinte, fui procurar o diretor da minha escola. Assim que nós conversamos, eu procurei o advogado indicado por ele para receber orientações sobre os procedimentos", lembra.
Os honorários do advogado eram muito caros, e a família do jovem não conseguiu bancar os custos. A partir daí, Luiz procurou a Defensoria Pública do Distrito Federal para ajudá-lo a garantir a entrada na universidade. Porém, depois de tentar duas vezes e receber duas respostas de indeferimento do processo, Luiz acha que a chance de ingressar no segundo semestre está perdida.
;Eu já perdi as esperanças, agora não adianta nem recorrer. Depois que eu tive o processo negado da primeira vez, eu entrei com pedido de urgência para que ele fosse julgado novamente e nada. Recebi a mesma resposta: não. Agora o processo foi encerrado e o período de matrículas já terminou;, lamenta.
O jovem conta que, no CED 2 do Cruzeiro Novo, oito alunos foram aprovados no vestibular na UnB, dos quais quatro entraram com processo na justiça, porque não tinham os 75% de presença exigidos para receber o diploma de conclusão do ensino médio. Apesar disso, dos quatro alunos, o único não contemplado foi Luiz.
Frustrado e desesperançoso, Luiz diz que agora não há mais nada que ele possa fazer. ;Mesmo assim, a UnB não vai se livrar de mim assim tão fácil. Eu vou tentar agora o Programa de Avaliação Seriada (PAS) e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem);, completa.
Para a mãe de Luiz, Suzane Lima, o momento é de tristeza. ;O meu filho tem sorte porque tem uma família que o apoia, porém, eu fico pensando como estão os meninos que não têm o suporte dos parentes neste momento. É muito difícil para eles;, acrescenta.