Trabalho e Formacao

Muito estudo e pouco espaço

postado em 14/10/2013 16:54
Biblioteca da UnB pode ter o acesso limitado: faltam opções na cidadeUm dos pontos de estudo preferidos dos concurseiros da cidade, a Biblioteca Central da Universidade de Brasília (BCE/UnB) começou a se tornar alvo de reclamações da comunidade acadêmica. Segundo relatos colhidos pela ouvidoria da biblioteca, o uso dos espaços de estudo por candidatos de concursos públicos tem causado transtornos, como a falta de mesas, de cabines de estudo e de tomadas. Para encontrar uma solução, terá início uma série de debates com todas as partes envolvidas.

O assunto foi colocado em pauta na reunião da Câmara de Assuntos Comunitários (CAC), que ocorreu em 24 de setembro. Algumas alternativas de curto e médio prazo chegaram a ser levantadas, como a reestruturação do espaço físico e a definição de horários e de cotas para a abertura do local ao público externo.

As hipóteses de possíveis limitações de uso do local assustaram alguns candidatos. Mateus Rosa, 27 anos, estuda para concursos públicos na BCE por causa da proximidade de casa. Ele só é favorável a restrições à comunidade externa caso a superlotação atrapalhe os alunos da UnB. ;Isso, é claro, desde que os estudantes da universidade precisem do local no momento;, opina Mateus. O concursando acredita que o problema é agravado pela falta de outras bibliotecas abertas à população.

De acordo com a vice-diretora da BCE, Anita Cristina Ferreira de Souza, reclamações a respeito de falta de espaço não são novidade, mas a retomada das aulas na UnB nesse semestre veio acompanhada de mais queixas. ;Até pouco tempo, o local comportava bem os dois públicos, mas, devido ao aumento no número de alunos, a situação mudou;, explica.
Anita relata que as discussões ainda estão em estágio inicial, porém, tranquiliza os concurseiros ao afirmar que a restrição total para quem não é da comunidade acadêmica está fora das opções. Entre as alternativas que estão sendo analisadas, está o uso de catracas eletrônicas e a reestruturação do primeiro andar do prédio, que abriga o acervo de periódicos impressos. As estantes fixas seriam trocadas por arquivos deslizantes, e o espaço para mesas de estudo aumentaria cerca de 30%. ;O orçamento ficou em mais de R$ 3 milhões. Além da questão monetária, é preciso avaliar a estrutura do prédio, pois o peso do material ficaria reunido em um único ponto;, pondera.

Discussão
O coordenador-geral do DCE, Nicolas Powidayko, esclarece que, embora a prioridade sejam os estudantes da UnB, a restrição ao público externo é um problema. ;A opinião do diretório é consultar os estudantes e assumir a posição que for determinada;, afirma. O primeiro debate está agendado para amanhã, às 18h, no Auditório Dois Candangos, na Faculdade de Educação, e será aberto ao público.
Segundo o conselheiro federal da Ordem dos Advogados (OAB) Aldemário Araújo Castro, como a biblioteca da UnB é um espaço público utilizado para uma finalidade específica, a academia tem a preferência no uso do espaço. ;Na medida em que há prejuízo por causa do uso por pessoas de fora, seria perfeitamente possível ter uma política para controlar o acesso;, explica.

A decana de assuntos comunitários, Denise Bomtempo, diz que será preciso escutar todas as partes envolvidas antes de tomar as atitudes necessárias. ;O posicionamento ficará a cargo do Conselho Universitário (Consuni) e não tomaremos nenhuma decisão antes de escutar a comunidade acadêmica e, por meio do DCE, a sociedade externa.;

Eu acho...
VOCÊ CONCORDA COM A RESTRIÇÃO DE ACESSO À BCE?

Yan Britto, 19 anos, estudante de administração
Estudo na BCE desde a época do vestibular e não estou de acordo com as restrições. Aqui é um espaço de estudo e não se pode privar as pessoas desse direito.

Natália Oliveira, 19 anos, estudante de biologia
Não acho bom impedir as pessoas que não são da comunidade da UnB de utilizar o local. O que deveria ocorrer era priorizar melhorias no espaço da BCE, para que os dois públicos possam usufruir da biblioteca de maneira positiva. Não será uma proibição que melhorarará as coisas.

Alana Araújo, 22 anos, ex-aluna e concurseira
Durante a minha graduação na UnB, eu me incomodava com o pessoal que vinha se preparar para concursos aqui. Hoje, eu estou no lugar deles e entendo que faltam opções para quem quer estudar. Diminuir o acesso da comunidade externa prejudicaria a todos.

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