Trabalho e Formacao

Mais de 30 mil vagas

Certames por todo o país oferecem estabilidade no emprego e salários acima da média de mercado para os aprovados

postado em 28/10/2013 19:22

Terceirizada em órgão público, Angelina Dias Mesquita estuda para se tornar uma funcionária efetivaPara quem não comemora o Dia do Servidor Público, ainda há chance de conquistar salários acima da média do mercado, estabilidade no emprego e horários mais flexíveis de trabalho. São 30.589 vagas abertas ; ou por abrir esta semana ; em concursos públicos em todo o país. Há oportunidades para todos os níveis de escolaridade e diversos cargos. Em alguns casos, os salários podem passar de R$ 20 mil, como no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDF), que abriu 92 postos para juiz substituto.

No entanto, é preciso muita disciplina para conseguir ser aprovado. Não raro, os candidatos abdicam da vida social e até do convívio com a família. É o caso de Lucas Iran da Cruz Cavalcante, de 26 anos, que, desde 2009, se dedica exclusivamente aos estudos. Lucas já prestou dois concursos e, agora, tenta uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Natural de Aracaju, mudou-se para Brasília a fim de fazer cursos presenciais. ;Estou viciado em café. É a única forma de me manter acordado. Durmo apenas quatro horas por dia. Não tenho vida social nenhuma;, conta.

Funcionária terceirizada no Executivo, Angelina Dias de Mesquita, de 27 anos, decidiu prestar um concurso público. ;Estou
começando, mas quero seguir carreira no Judiciário. Almejo estabilidade e um horário de trabalho mais flexível;, diz ela. Angelina também vai disputar o certame para o STF, cujas provas estão marcadas para dezembro. ;Até 2014, os terceirizados deverão ser substituídos por funcionários concursados. Isso foi um incentivo maior para eu me dedicar aos estudos;, ressalta.

Raquel Torres, de 26 anos, trabalhou na iniciativa privada e pretende entrar para o serviço público. Estudante de Pedagogia, busca uma vaga na Secretaria de Educação do Distrito Federal (DF), com concurso marcado para 15 de dezembro. Casada e com dois filhos, Raquel frequenta a faculdade pela manhã, faz curso preparatório à tarde e ainda estuda à noite por conta própria. ;Meu marido ajuda cuidando dos filhos. Como estou fazendo a faculdade, acho que levo uma certa vantagem porque as disciplinas estão frescas na memória;, ressalta.

Colegas num curso preparatório, Camila Lima Gomes, de 27 anos, e Marta Regina Santana, de 31 anos, querem entrar para a Secretaria de Educação do DF. Ambas são formadas em história. ;Estudo de madrugada, faço curso em Brasília três vezes por semana e ainda frequento outro cursinho, no Gama. Minha vida social acabou. Mas não vejo a hora de atuar na área de educação;, revela Camila. Marta já foi professora no Piauí. Mas conta que o salário era de apenas R$ 950. ;No DF, uma professora concursada ganha R$ 4 mil. Com plano de carreira, pode-se chegar a mais de R$ 7 mil. Por isso me dedico muito;, pontua.

Mara Nobre, de 33 anos, já trabalhou como professora no Colégio Militar e passou em primeiro lugar em concurso para temporário na Secretaria de Educação do DF, experiência que termina no fim do ano. Vai prestar concurso para o cargo efetivo. ;Como sou pedagoga, tenho a bagagem da prova do temporário e o diferencial de já ter trabalhado na secretaria, estou estudando apenas 2 horas por dia.;

Correios

A Justiça do Trabalho proibiu os Correios de contratarem servidores sem licitação e analisa pedido do Ministério Público para determinar a demissão dos comissionados. Em 2011, o estatuto da empresa foi alterado para permitir o loteamento de cargos. O Ministério Público do Trabalho ingressou com ação por considerar que as vagas não poderiam ser criadas sem autorização do Congresso e que os cargos devem ser preenchidos por concursados. Os Correios afirmam que a decisão é liminar e que a está contestando

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