postado em 18/01/2012 12:00
Após a confirmação da Polícia Federal (PF) do envolvimento de dois funcionários do Colégio Christus, de Fortaleza, no vazamento de questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011. A diretoria da escola divulgou nota declarando que confia ;na honestidade e na lisura; dos funcionários. O estabelecimento informou que aguarda uma ;posição equilibrada e isenta do Ministério Público Federal a respeito dos fatos;. Hoje (17) a PF confirmou o indiciamento de um professor e um funcionário do Christus pelo vazamento de 14 questões do Enem de 2011. Em outubro, poucos dias antes da aplicação do exame, o colégio distribui uma apostila aos estudantes que antecipava 14 itens que foram cobrados na avaliação. As questões vazaram da fase de pré-teste da prova, da qual alunos da escola participaram em 2010.
De acordo com o inquérito concluído pela PF na sexta-feira (13), um funcionário da escola foi contratado pela Cesgranrio, consórcio responsável pelo Enem, para trabalhar na aplicação do pré-teste. Ele teve acesso aos cadernos de prova e foi o responsável por copiar as questões. A polícia não divulgou se ele roubou o caderno ou apenas copiou parte do material. Já o professor foi o responsável por distribuir aos alunos a apostila que continha os itens aplicados no pré-teste. Os dois foram indiciados pelo crime de estelionato, e o inquérito está agora com o MPF no Ceará. Em nota, a diretoria do colégio acrescentou que as notícias do indiciamento ;expressam apenas a opinião da autoridade investigadora [a PF]; e espera que na análise do MPF ;prevaleçam a verdade e a justiça;.
A prova do Enem é composta por questões que integram um banco de itens do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Antes de entrar para esse banco, cada questão passa por um pré-teste, que avalia se o item é válido e o seu grau de dificuldade. Os alunos que participam do pré-teste são escolhidos aleatoriamente e, após responder ao caderno de questões, devolvem o material que deve ser incinerado. Segundo o Ministério da Educação (MEC), 91 alunos do Christus participaram do pré-teste em 2010. Após a notícia do indiciamento, o MEC disse, em nota, que espera que "todos que atentaram contra o Enem sejam punidos exemplarmente".