postado em 25/05/2012 12:00
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou ontem mudanças na correção da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), válidas a partir deste ano. Pelo novo sistema, cada texto será examinado por dois corretores independentes ; o que já acontecia nas edições passadas ;, porém, caso haja discrepância de 200 pontos na média das notas, a redação será avaliada por uma terceira pessoa. Até o ano passado, a margem de dispersão era de 300 pontos (a nota final do Enem varia de 0 a 1.000). Ainda assim, se persistir a diferença, uma banca com outros três avaliadores e coordenada por um professor doutor vai servir como instância final. Com a mudança, o MEC precisou aumentar o número de corretores contratados ; 4,2 mil pessoas trabalharão nessa etapa. Para o titular da pasta, as alterações vão trazer mais objetividade na correção, impondo ;filtros mais precisos para avaliar;. Na avaliação de Mercadante, as novas medidas vão evitar que os candidatos entrem na Justiça solicitando revisão na correção das provas. Na edição de 2011, o MEC recebeu mais de 122 pedidos judiciais de vista da prova da redação. Em 2010, foram 28. Como o edital da prova não prevê recursos, o Inep assinou, em agosto de 2011, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público Federal do Distrito Federal e Territórios (MPF-DF) para conceder o espelho da correção da redação aos estudantes que solicitarem. Ontem, Mercadante garantiu que o acordo vai valer já este ano. ;Ainda estamos concluindo a operacionalização desse processo;, esclareceu.
Cartilha
Em julho, o MEC vai distribuir nas escolas e disponibilizar no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) um guia para auxiliar os candidatos com a redação. Para garantir uma boa nota na prova, o aluno precisa de cinco competências, cada uma valendo 200 pontos. A mesma regra de correção aplicada na nota final da redação vale para as competências. Caso haja uma diferença superior a 80 pontos em uma ou mais delas, um terceiro avaliador será convocado.
Para conseguir nota máxima, o candidato precisa demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita; utilizar mecanismos linguísticos comuns da argumentação; compreender a proposta da redação e aplicar conhecimento de diferentes áreas; selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista e elaborar proposta de solução respeitando valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. ;O material contém exemplos concretos para cada competência. Explica a metodologia e o que é esperado em cada uma delas e contém exemplos de redações excelentes;, explicou o presidente Inep, Luiz Cláudio Costa.
A prova do Enem será realizado em 3 e 4 de novembro deste ano. No sábado, os candidatos farão as provas de ciências humanas e suas tecnologias e ciências da natureza e suas tecnologias. Já no domingo, os inscritos farão prova de linguagens, códigos e suas tecnologias, além da redação. As inscrições começam na próxima segunda-feira e vão até 15 de junho. O edital do Enem está disponível na edição do Diário Oficial da União de hoje.
"Praticamente triplicamos o rigor de fiscalização"
Aloizio Mercadante, ministro da Educação
Confira as datas
Inscrições:
A partir das 10h
de segunda-feira (28)
até 23h59 de 15 de junho.
Taxa de inscrição:
R$ 35
Realização das provas:
3 e 4 de novembro
Divulgação dos resultados individuais:
28 de dezembro
Mais rigor na segurança da prova
Segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, as mudanças no Enem incluem mais rigor na segurança da prova. Ele ressaltou que os pontos de atenção do MEC em relação à segurança passaram de 1.200 para 3.439 itens. ;Praticamente triplicamos o rigor de fiscalização;, avaliou. Apesar de frisar a importância do quesito na aplicação da prova, Mercadante se esquivou de maiores esclarecimentos sobre o tema e minimizou os problemas ocorridos no ano passado, quando questões da etapa do pré-teste vazaram e apareceram em apostilas de um colégio de Fortaleza (CE). O consórcio Cespe/Cesgranrio, que em 2011 não adotou todas as medidas de segurança previstas, aplicará novamente a prova este ano.
Um dos reforços de segurança destacados pelo ministro foi a instauração do Comitê de Governança do Enem. O grupo conta somente com a participação de entidades parceiras do ministério, como a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (CONIF), a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e a Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (ABRUEM). O primeiro encontro do Comitê foi no início de maio. Uma nova reunião está prevista para acontecer na semana que vem. (pf)
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