postado em 30/08/2012 18:30
A expectativa do mercado brasileiro de saúde suplementar é repetir, este ano, o mesmo percentual de aumento da receita experimentado no ano passado, em comparação a 2010, da ordem de 11,5%, quando alcançou R$ 84,1 bilhões, disse hoje (30) José Cechin, diretor executivo da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), entidade que reúne seguradoras e operadoras de planos de saúde.;É um ano que se mantém com emprego aquecido, nível de desemprego mais baixo dos últimos anos e esse é um ambiente favorável a que as pessoas busquem planos de saúde. Por isso, eu acho que vai ser um ano muito positivo em termos de crescimento de beneficiários e das receitas também,sem dúvida;, declarou.
Atualmente, os planos de saúde, englobando planos médicos e odontológicos, somam 65,1 milhões de beneficiários no Brasil, o que corresponde a um quarto da população. ;De cada 100 pessoas, 25 hoje têm plano de saúde e 8% têm planos exclusivamente odontológicos;. Do total de beneficiários, quase 24 milhões pertencem a operadoras de planos filiados à FenaSaúde, ressaltou.
Cechin fez palestra para empresários do Clube Vida em Grupo, na Associação Comercial do Rio de Janeiro, e destacou que nos últimos sete a oito anos a média de crescimento do número de beneficiários de planos de saúde tem sido em torno de 5%.
Para o diretor da FenaSaúde, a ascensão das classes D e E à classe média tem contribuído para o aumento do número de beneficiários dos planos de saúde. Esclareceu que o grande crescimento vem dos planos empresariais. ;Com a atividade econômica acelerada, o desemprego muito baixo e com os salários crescentes, as empresas têm que disputar mão de obra. E oferecer planos de saúde é um instrumento para atrair bons quadros e retê-los nas suas empresas;, disse.
O movimento de interiorização dos planos, saindo das regiões metropolitanas, na avaliação do diretor, é outro sinal que vem sendo registrado nos últimos anos e que favorece a ampliação do número de beneficiários. Por regiões brasileiras, Cechin chamou a atenção para a expansão da taxa de cobertura dos planos privados de assistência médico-hospitalar verificada na Região Norte, que passou de 4,5%, em março de 2000, para 11%, em março de 2012. ;Foi a [região] que mais subiu;. Ele Avaliou que o aumento acompanhou a taxa de crescimento do emprego, que foi a ;mais intensa;, no país. No Brasil, a taxa de cobertura evoluiu de 17,85 para 25,1% no período.
Sobre a atuação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) na regulação do setor, Cechcin disse que a ANS tem sido ;dinâmica; na produção de normas e que, em função disso, as operadoras de planos de saúde estão em processo de absorção das normas baixadas pela agência ;em grande quantidade;. Sem querer entrar no mérito se as normas foram positivas ou adequadas, ele admitiu que a adaptação às novas normas onera o setor. ;Tem que rever contratos, assinar aditivos, alterar sistemas, treinar pessoas, além dos custos assistenciais que, eventualmente, a norma possa acarretar;.
[SAIBAMAIS]O diretor da FenaSaúde também falou sobre os reajustes definidos pela ANS para os planos individuais que, segundo ele, não são suficientes para repor as despesas desse conjunto de planos. Já o aumento dos planos coletivos é definido pelo mercado, entre a empresa e a operadora. ;É um acerto entre duas entidades jurídicas;.
Cechin discordou da classe médica, que alega que os honorários pagos aos médicos conveniados têm sido inferiores aos reajustes dos planos. Segundo ele, o reajuste das consultas pagas pelas operadoras filiadas à FenaSaúde atingiu 72% entre 2005 e 2011, ante uma inflação acumulada no período pelo Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA) de cerca de 42%. ;Houve um ganho real, expressivo, no valor médio das consultas;, ressaltou.