Jornal Correio Braziliense

Trabalho e Formacao

Medicina é o curso mais vantajoso para futuros profissionais, avalia Ipea

nas últimas semanas. Eles reclamam das condições de trabalho, dos salários baixos, especialmente nos primeiros anos de profissão, e das jornadas de trabalho excessivas.

;Infelizmente, na prática, não funciona assim. As cargas horárias são muito pesadas. Não é raro um médico recém-formado ter de trabalhar 60 horas semanais para ganhar mais ou menos R$ 2 mil. É um pouco frustrante estudar muito durante seis anos para ganhar isso;, explicou a formanda em medicina, Simone de Almeida.

Além da extensa jornada de trabalho, segundo ela, muitos colegas ainda têm de manter um segundo emprego, geralmente em forma de plantões, para complementar o salário, especialmente os que fazem a residência fora da cidade de origem e em hospitais públicos, em que recebem uma bolsa de estudos em média no valor de R$ 2,6 mil, incluindo auxílio-moradia.

O lado positivo, em contraponto, é a certeza de que haverá emprego garantido, devido à demanda por mão de obra médica. Antes mesmo de se formar, a futura doutora já recebeu propostas de emprego. ;O problema, de fato, não é conseguir um emprego, mas ter as condições para trabalhar. Há lugares inseguros, em que a questão não é a infraestrutura ou a falta de material, mas a falta de segurança. No hospital onde trabalho, tem gente que entra com chute querendo bater no médico porque a fila está enorme. Isso não é culpa do médico, é da gestão na Saúde. As condições de trabalho muitas vezes não compensam;, disse Simone Almeida.

Em contraponto à medicina, primeira colocada no ranking do Ipea, as profissões de nível superior ligadas a religião, ética e filosofia e educação física e esportes são as que oferecem as piores condições no mercado de trabalho, segundo os critérios avaliados. Por um lado, essas três carreiras têm baixa jornada de trabalho, entre 37h e 39h semanais, o que é um ponto positivo. Por outro, oferecem, em média, baixos salários que variam de R$ 2,1 mil a R$ 2,7 mil, além de baixa cobertura previdenciária e taxa de ocupação média de 89% dos profissionais formados têm emprego).