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Dona de centro de estética começou a atender em casa e hoje tem 60 clientes por mês

postado em 11/11/2013 11:08
Há três anos, a vida de Erika Lins, 36 anos, mudou radicalmente. Formada em administração de empresas com especialização em marketing, ela decidiu deixar o emprego e se tornar dona do próprio negócio. Como prestava consultoria para diversas empresas de estética, resolveu investir no ramo e, antes de tudo, começou a se capacitar. Fez um curso técnico em estética, de dois anos, no Serviço Nacional de Apredizagem Comercial (Senac). Erika começou do zero, trabalhando sozinha em casa e, hoje, tem um centro de estética com quatro funcionárias.
Foi necessário um trabalho de formiguinha. Certo dia, numa sexta-feira, enquanto fazia escova em um salão de beleza, decidiu propor uma parceria ao dono do estabelecimento. Ela usaria uma salinha pequena, de aproximadamente 4 metros quadrados, para oferecer os serviços de estética e, em troca, dividiria parte do lucro. Sem pensar duas vezes, o dono do salão disse: ;Você pode começar na segunda-feira;.

Com a demanda crescente, Erika decidiu alugar a própria loja. Hoje, ela atende em um espaço de quase 80 metros quadrados, com quatro ambientes. O atendimento vai de segunda a sábado e nos feriados, das 8h às 20h. Na última data comemorativa, 2 de novembro, o centro de estética abriu e nem foi possível atender todos os que buscavam um espaço na agenda. Os serviços incluem limpeza de pele, massagem, podologia, manicure e pedicure, e depilação a laser. São cerca de 60 clientes atendidos por mês.

Erika acredita que o segredo da casa cheia é o atendimento. ;O que mais me ajudou a crescer foi o carisma. É preciso abraçar os clientes. Eu sei até o nome dos animais de estimação deles;, afirma. Ela conta que gosta de conversar com os fregueses e conhecê-los, para saber quais são as suas necessidades e que tipo de produtos mais os interessam. A tarefa exige, porém, jogo de cintura para lidar com as diferentes personalidades. Há quem goste de falar muito, outros preferem o silêncio e a discrição. ;Tem que ser um pouco psicólogo também;, brinca. Ela chega a anotar as datas em que os clientes viajam para se lembrar de perguntar como foi o passeio depois que eles voltam. Desconto para a família, cortesia no aniversário e vale-presentes também estão na lista dos serviços pensados para mantê-los satisfeitos.

Expansão

Hoje, o faturamento da loja varia entre R$ 35 mil e R$ 40 mil por mês. Erika já conseguiu comprar carro próprio e guarda todo o lucro para o próximo passo: a expansão do centro de estética. A empreendedora planeja comprar a própria loja no ano que vem. Como o espaço será maior, ela precisará aumentar também a equipe e contratará pelo menos mais quatro funcionários. Esse, inclusive, parece ser o maior desafio. ;Na área de estética, é muito difícil encontrar mão de obra;, relata. Isso porque não basta ter cursos e diplomas comprovando a qualificação, é preciso saber conversar com o cliente e seguir o padrão da empresa, tudo em nome da qualidade do atendimento, que não pode parar.

Há alguns dias, a chuva que atingiu Águas Claras quebrou as janelas da loja. Foi preciso improvisar alguns tapumes para manter o negócio funcionando. A dica que Erika deixa para os futuros empreendedores é justamente saber se adaptar a essas adversidades e adquirir conhecimento sobre a área em que vai atuar. ;Quem tem dinheiro não tem visão. Quem tem visão tem dinheiro;, aconselha.




Informe-se
; As clínicas de estética e os salões de beleza são consideradas serviços que realizam práticas de interesse à saúde e, portanto, encontram-se sujeitas à fiscalização da vigilância sanitária. Não existe uma norma federal específica sobre o funcionamento desses estabelecimentos. No entanto, são aplicáveis aquelas que dispõem sobre promoção, proteção e recuperação da saúde. Algumas delas são:

. Lei n; 6.437, de 1977, que estabelece as infrações à legislação sanitária federal e as sanções possíveis

. Resolução RDC/Anvisa n; 50, de 2002, que dispõe sobre a infraestrutura física de serviços de saúde

. Decreto Federal n; 77.052, de 1976, que normatiza a fiscalização sanitária das condições de exercício de profissões e ocupações técnicas e auxiliares relacionadas com a saúde

; Já as informações sobre limpeza e higienização estão no Manual de Limpeza e Desinfecção de Superfícies, disponível no hotsite www.anvisa.gov.br/hotsite/segurancadopaciente.

; A responsabilidade por fiscalização, inspeção e liberação do alvará de funcionamento para esses serviços é da vigilância sanitária local. No Distrito Federal, a licença sanitária deve ser solicitada à Diretoria de Vigilância Sanitária (Divisa), vinculada à Secretaria de Saúde. As informações estão disponíveis no site www.saude.df.gov.br.

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