Esse é o caso da Cristiana Mendanha, 36 anos, dona da rede de clínicas de estética Duohaus. A empresária acredita que o gênero, muitas vezes, não influencia no resultado. Mas, durante o processo para encontrar as soluções para um problema, a mulher leva vantagens. ;Conseguimos unir dedicação com sensibilidade. Temos uma visão ampla de todo o negócio. Isso acaba dando leveza para o ambiente de trabalho;, avalia.
Mendanha começou no ramo com apenas 21 anos. A falta de experiência e de conhecimento contribuiu para empreitada não seguir adiante. Depois de fechar o negócio, trabalhou nove anos em empresas nacionais e multinacionais da área farmacêutica. Terminou o curso do marketing e se especializou em gestão de negócios. ;Quando finalizei o MBA, voltei a ter uma vontade muito grande de empreender. Consegui carreira na companhia que trabalhava, mas sempre pensando em um plano de negócio, fazendo pesquisa de mercado. Tinha a ideia, mas, como todo mundo, sempre ficava limitada ao recurso financeiro;, lembra.
Para o coordenador do MBA em Gerenciamento de Projetos da FGV André Baptista Barcaui, a empresária seguiu o caminho certo para conseguir o sucesso. ;Para montar qualquer tipo de negócio, é necessário conhecer o mercado que se está investindo, ter uma reserva financeira de seis meses a um ano e planejar. O curso de projetos nesse sentido é focado em dar as ferramentas de planejamento e controle. Ele instrumentaliza o processo para criação de qualquer tipo de plano;, avalia.
Em 2010, Cristiana montou a Duohaus. Em apenas quatro anos, estruturou-se como franquia. A rede pretende abrir 40 unidades em todo o país nos próximos cinco anos. O crescimento rápido foi conquistado com algumas dificuldades. ;Mesmo com tantos avanços, ainda sofremos alguns preconceitos. A minha geração foi criada para ser dona de casa ou passar em um concurso público. Até hoje, tenho esse tipo de cobrança por parte da família. Acho que é perfeitamente possível equilibrar todas as funções. Quando vejo as conquistas das mulheres no mercado, sinto orgulho de fazer parte disso; conta.
"Quero mostrar que uma pessoa que estudou em escola pública tem condições, sim, de empreender e de fazer a diferença. Depende só de estudo, dedicação
e competência. Quero que vejam em mim uma motivação para empreender;
; Cristiana Medanha, empresária
; Duas perguntas para Cristiana Mendanha
Larguei por vários motivos. Eu não gostava, esse é o primeiro ponto. Porque, quando se gosta, se desafia a aprender ou a vencer as dificuldades. Também era muito nova. Na época, não era formada. Não entendia muito de gestão. Já tinha trabalhado em uma grande empresa, na área de vendas. Achava que pela minha experiência saberia gerir um negócio. Já à frente da empresa me deparei com contas, funcionário, pagamentos. Para mim, era um desafio muito grande e me perdia.
Mesmo que o primeiro empreendimento tenha sido ruim, a senhora tentou
novamente. O que lhe fez sentir mais segura para recomeçar?
As empresas em que trabalhei investem muito em treinamento. Ali, adquiri um conhecimento amplo em vários aspectos, como coaching e vendas. Nesse período, me formei em marketing e fiz um MBA em gestão de negócios. Tive uma preparação acadêmica para assumir uma empresa.