
“O resultado mostra que o líder deve estar sempre presente para estender a mão. A ausência pode gerar problemas na produtividade e no ambiente de trabalho. Afinal, como o chefe pode cobrar algo se não acompanha a equipe?”, questiona Rafaela Gonçalves, analista de treinamento do Nube. “O profissional mais jovem procura alguém para admirar como superior. Quando o líder não é tão envolvido, acaba frustrando expectativas”, avalia Fernando Santiago, consultor de negócios da 4Legal Coworking (empresa de compartilhamento de espaço de trabalho). “Os profissionais mais novos estão pedindo limites. Alguém tem de dizer até onde eles podem ir. No entanto, essa questão deve ser muito bem trabalhada, pois o jovem de hoje é diferente daquele da geração anterior”, afirma Gustavo Silva, mastercoach e presidente do instituto de coaching Awakening.
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Questão de estilo
Às vezes, dentro da mesma organização, é preciso adotar formas diferentes de liderança a fim de garantir o bom andamento do trabalho. Essa é a estratégia dos sócios Diogo Bevilaqua, 27 anos, e Rodrigo Góes, 28, donos do restaurante de comida natural Lótus Azul. Há quatro anos no negócio, os dois têm relações diferentes com a equipe quando comparados ao chef de cozinha Yuri Ottoline, 23, braço-direito da dupla. “Aprendemos que não dá para ser bonzinho demais. É preciso ter pulso firme”, opina Diogo. “Demoramos uns três anos até termos coragem de levantar a voz para alguém, sendo que isso é necessário em algumas situações”, diz Rodrigo. Os sócios tinham pouca experiência em gestão antes de inaugurar o restaurante. Após passar por cursos sobre liderança e desenvolvimento, a dupla acredita que o tempo é o melhor professor. “O que ajuda mesmo é a experiência. Temos um responsável por cada setor, o que promove a integração. Evitamos ter intimidade com as pessoas porque isso já provocou conflitos. Um simples bilhete de boas férias para uma funcionária, por exemplo, gerou ciúmes dentro da equipe”, conta Rodrigo.
Yuri, chef de cozinha, aposta num relacionamento mais próximo dos subordinados. “Tento me aproximar mais da equipe para criar um clima de confiança, mas sempre mantendo o respeito”, explica. “Sou amigo e líder ao mesmo tempo. Acho que isso ajuda a convencer as pessoas a fazerem as coisas da forma correta”, observa Yuri. O consultor de negócios Fernanda Santigo ressalta, porém, que o perfil “bonzinho” pode trazer problemas.“O chefe que é muito permissivo pode acabar sendo confundido com um amigo e ter dificuldade em ser levado a sério”, afirma. O conselho para líderes que fogem de conflitos é adotar uma postura proativa por meio do feedfoward (o oposto do feedback), certificarndo-se de que os colaboradores estão cientes das expectativas sobre o trabalho antes que os problemas surjam.
"O profissional mais jovem procura alguém para admirar como superior. Quando o líder não é tão envolvido, acaba frustrando expectativas”
Fernando Santiago, consultor de negócios