Jornal Correio Braziliense

Trabalho e Formacao

Estudantes de Brasília viajam para a Argentina em intercâmbio escolar

Trinta e seis estudantes do ensino médio do Colégio Marista Champagnat, em Taguatinga, desembarcaram na sábado (13/10) na capital da Argentina, Buenos Aires, para uma experiência pedagógica diferenciada. Durante uma semana, os alunos conviveram com estudantes do país anfitrião, apresentaram trabalhos escolares, discutiram temas históricos e aproveitaram para conhecer a cultura local. Eles ficaram no país até esta última quinta-feira (18/10).

Este foi o terceiro intercâmbio Mi Buenos Aires querido da instituição e teve como tema Un grito por la libertad y democracia. ;A ideia era proporcionar aos estudantes a oportunidade de aprofundar a experiência pedagógica, o conhecimento de outra língua, a história, os hábitos e a cultura da Argentina;, afirma o diretor do Marista Champagnat, Luiz Gustavo Mendes.

O projeto surgiu quando a professora de língua espanhola Márcia Delgado entrou em contato com o Colégio Marista Macnab Bernal, da Argentina, em 2010. Depois disso, anualmente os alunos são enviados para o país em intercâmbios estudantis. Este ano, o programa trabalha as ditaduras militares sul americanas. A preocupação era promover debates acerca do momento político que marcou os dois países, por meio de atividades desenvolvidas entre as disciplinas de história, sociologia, filosofia, inglês e espanhol.

Além dos intercâmbios feitos para a Argentina, também ocorrem viagens para a Irlanda e para a França. Ano que vem, com as comemorações de 50 anos do Colégio Marista Champagnat, a intenção é que, em vez de mandarem alunos para lá, os brasilienses recebam os estudantes argentinos.

Intercâmbio esportivo e cultural
A troca de experiências estudantis não se restringiu às apresentações de banners, exposições orais e debates dos trabalhos. Entre os 36 alunos, estavam presentes atores do grupo de teatro estudantil e atletas da escola.

Na parte esportiva, houve competições de handebol, voleibol, basquetebol e futsal. A programação cultural incluiu visitas a Casa Rosada, Catedral, Plaza de Mayo, estádio La Bombonera, Obelisco, Torre de Los Ingleses e apresentações teatrais para os estudantes argentinos.

;Um guia nos levou aos monumentos e gostei muito de conhecer a Catedral, ela é muito rica em detalhes, o chão é feito de mosaico, pedrinha por pedrinha;, detalha a estudante do 1; ano do ensino médio Camila Neres, 15 anos.

Os alunos ficaram hospedados em hotel durante a semana de intercâmbio e puderam acompanhar as aulas ministradas nas salas de aula do colégio argentino. As semelhanças e diferenças não pararam de surgir e de surpreender os estudantes brasileiros.

;Tive outra visão do povo argentino e isso aumentou minha cultura. Os alunos têm mais respeito com os professores que nós. Quando eles [os professores] entram, todo mundo fica em pé, isso me fez querer respeitar mais os meus professores;, avalia Camila. Ainda assim, a aluna achou que o conteúdo da aula de geografia estava atrasado. ;Eles estavam vendo assuntos sobre globalização que já havíamos visto no 9; ano;, relembra.

A comida, os hábitos, os uniformes, o jeito de se expressar e mesmo a recepção com os vizinhos brasileiros, tudo foi notado pelo aluno do 1; ano do ensino médio Matheus Ribeiro Lopes, 15 anos. ;A recepção deles foi muito animada e alegre. Acho que se fosse o contrário não teria tido essa receptividade toda;, acredita Matheus.

O estudante viu aulas de matemática e história e aproveitou a oportunidade para melhorar o espanhol. ;Foi muito bom. Não foi difícil, porque as línguas são parecidas;, avalia.

Preocupação
Os pais dos alunos aprovam a experiência, mesmo que a preocupação continue presente durante os dias de intercâmbio. Vânia Neres, mãe de Camila Neres, confessa que o receio existe, mas não supera a esperança de ver a filha tendo novas experiências e amadurecendo. ;A Camila sempre foi uma menina curiosa, preocupada com novos conhecimentos. Mesmo com o receio, procuro dar a ela espaço para que aprenda e viva momentos novos;, afirma.

O diretor da escola sabe que a preocupação dos pais existe, mas acredita que o investimento valoriza os estudantes. ;Não é apenas a experiência cultural dos alunos que cresce, os pais notam isso e se sentem mais seguros para mandar os filhos;, explica.