Trabalho e Formacao

Alunos representam o Brasil nos EUA

Estudantes de escolas públicas embarcam amanhã (11) para três semanas nos Estados Unidos dentro do programa Jovens Embaixadores

postado em 10/01/2013 10:39

Bagagem pronta, inglês na ponta da língua, muito para aprender, mas também muito para ensinar. A brasiliense Yasmin Araújo, 16 anos, é a única representante do Distrito Federal no programa Jovens Embaixadores de 2013 (veja Para saber mais). Neste ano, são 36 selecionados com a chance de conquistar a América. Em solo estrangeiro, Yasmin pretende representar a cidade destacando a modernidade como ponto forte da capital. ;Essa característica reflete-se na personalidade do brasiliense e é isso que os americanos precisam conhecer sobre nós;, acredita a estudante.
Yasmin Araújo, 16 anos, é a única representante do DF entre os selecionados pela Embaixada dos Estados Unidos para participar do intercâmbio.A viagem está marcada para amanhã, dia 11. Antes disso, os selecionados vieram a Brasília para um treinamento intensivo sobre o Brasil. Ontem (9), foram recebidos no Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) e, hoje, a embaixada norte-americana abre as portas para 600 brasileiros que devem embarcar para os Estados Unidos em intercâmbios culturais e educacionais. Entre eles, os jovens embaixadores.

Durante as três semanas de viagem, eles vão morar com famílias hospedeiras e visitarão também a cidade de Washington. Na mala, Yasmin empacotou algumas peças de artesanato e fotos da arquitetura brasiliense. A jovem estuda no Centro de Ensino Médio Escola Industrial de Taguatinga (Cemeit) e sempre sonhou em conhecer os Estados Unidos. Ela vê na oportunidade uma chance de ampliar os horizontes. ;Não é porque estudo em escola pública que não tenho capacidade de chegar longe;, argumenta.

Os 37 jovens foram selecionados entre 16.500 inscritos em todo o Brasil; 716 eram do DF. Para participar, tiveram de provar bom desempenho na escola, nível satisfatório de inglês e engajamento em atividades voluntárias e projetos sociais. ;São líderes agora e serão os líderes do futuro;, prevê um dos coordenadores do programa, Jeffrey Lodermeier. ;Estamos plantando uma semente, construindo uma ponte;, acrescenta o diretor do Espaço Educacional Educare, organização não governamental parceira no programa.

Visão de mundo

Derrubar os preconceitos e estereótipos brasileiros é a meta de Fábio Araújo, 18 anos. Morador de Vilhena, no interior de Rondônia, o estudante sabe o que é isso. ;Nem os brasileiros conhecem Rondônia. Acham que lá só existe selva, macaco, rio e índio. Lá fora, o problema é ainda maior;, aposta ele. De acordo com Fábio, o jovem brasileiro deve se responsabilizar pela imagem que imprime no exterior. ;Se queremos parecer modernos, precisamos ser modernos, mas valorizando nossas tradições. Estou levando experiências que traduzem isso.;

A paulistana Juliana Campos, 25, é veterana no Jovens Embaixadores. Trabalhando atualmente em Brasília, ela aproveitou para aconselhar os calouros sobre o intercâmbio. Diz que, quando viajou, os americanos sabiam muito pouco sobre o Brasil e lhe perguntavam se os brasileiros viviam em árvores, se tinham computadores em casa ou se falavam espanhol. ;Isso não existe mais. Os Estados Unidos mudaram porque o Brasil mudou. O país que eles vão encontrar é diferente do que eu encontrei quando viajei;, acredita ela. Para Juliana, o mais importante é chegar lá sem preconceitos. ;Não somos melhores nem piores que eles, só somos diferentes;, resume.

Depois de integrar a equipe em 2004, Juliana reconhece que a visão sobre o mundo mudou: ;É impressionante como amadurecemos em três semanas. Eu me senti no centro do mundo. Voltei com a autoestima renovada;. Formada no ensino médio em uma escola pública de São Paulo, a jovem superou as dificuldades e conseguiu ser aprovada no vestibular da Universidade de São Paulo (USP).

Os 37 Jovens Embaixadores se encontraram em Brasília antes de embarcar para os Estados Unidos.

Para saber mais

Começou no Brasil
O programa é desenvolvido pela Embaixada dos Estados Unidos desde 2002. Com projeto pioneiro no Brasil, atualmente atende outros países da América Latina. Para participar, o jovem precisa cursar o ensino médio em uma escola pública, desenvolver algum trabalho social, ser fluente em inglês e nunca ter viajado para os Estados Unidos. Desde a primeira edição, 294 brasileiros embarcaram para o intercâmbio educacional e cultural. O programa ainda prevê visitas à Casa Branca. Mais informações em
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